A assinatura do contrato foi rubricada esta segunda-feira pelo PCA do Porto de Luanda, Alberto António Bengue, e pelo presidente do grupo e CEO da DP Word, o sultão Ahmed bin Sulayem, nas presenças do ministro dos Transportes, Ricardo de D"Abreu, e da governadora provincial de Luanda, Joana Lina.
O acordo surge na sequência de um processo de concurso internacional em que a DP Word foi seleccionada pela Comissão de Avaliação constituída pelo Ministério dos Transportes que apurou cinco empresas internacionais que apresentaram candidaturas em Julho de 2020.
Das cinco, três propostas foram seleccionadas e a proposta apresentada pela DP World foi a escolhida pelo facto de apresentar como vantagem, sobre as demais concorrentes, pagamentos que ao longo do período de concessão irão representar um valor superior a 1.000 milhões de dólares.
João Fernandes o coordenador da Comissão de Avaliação criada pelo Ministério dos Transportes, referiu, no acto de assinatura, que a concessão do Terminal Multiusos do Porto de Luanda à DP World foi por esta ter a proposta mais satisfatória para o interesse público.
O coordenador referiu que a DP World tem como características um valor actual de pagamentos à concedente superior a 440 milhões de dólares, com referência ao ano de 2020 e que ao longo do prazo da concessão estes pagamentos vão aumentar até 1.000 milhões USD.
Segundo o representante do Ministério dos Transportes, o plano de investimentos compreenderá a reabilitação da infra-estrutura física do cais do Terminal Multiuso de Luanda e a realização de obras civis necessárias para implementar um novo plano do terminal.
No entanto, os investimentos a serem feitos abrangem ainda a reabilitação e aquisição de equipamentos que permitirão a transição da operação do terminal para uma operação alicerçada em gruas RTG, próprias para descarregar contentores dos camiões, em linha com as melhores práticas internacionais, bem como a criação de uma plataforma logística externa que permitirá atingir um volume de tráfego objectivo de 700.000 TEUs/ano - medida em pés padrão para contentores - suportado por um moderno sistema de gestão portuário.
De acordo com João Fernandes, o Terminal Multiuso do Porto de Luanda será o primeiro terminal portuário localizado na costa oeste de África operado e administrado pela DP Word, o que vai fazer com que seja crescente a presença desta companhia no continente.
Quanto aos postos de trabalhos, a nova empresa gestora do Terminal Multiusos do Porto de Luanda vai manter os actuais, mas prevê treinar e dar formação aos trabalhadores afectos ao terminal.
O ministro dos Transportes, Ricardo de D"Abreu, disse no acto que o seu ministério continuará a tirar maior partido do potencial marítimo angolano, promover a construção e a reabilitação de infra-estruturas de apoio à actividade marítima e de lazer, acelerar o processo de revisão da Lei Marítima Mercantil e Portos bem como assegurar um ambiente marítimo mais seguro e mais capacitado, para todos os seus utilizadores.
"A nossa expectativa é que, além do ambiente estritamente comercial, a relação entre as duas empresas vá além, integrando acções de responsabilidade social, à semelhança do que a Dubai Portsword faz em outros Países onde actua", disse.
Já o presidente do grupo e CEO da DP Word, Ahmed bin Sulayem, assegurou que o Terminal Multiusos do Porto de Luanda será um porto moderno e seguro, tendo garantido que o mesmo será importante para o investimento económico do País.
"Somos uma parte integrante da cadeia global do fornecimento, operamos em 60 países com 128 empresas e empregamos mais de 60 mil pessoas ao nível mundial e movimentamos 10 por cento do comercial do mundo, por meio do nosso terminal", disse.
Segundo o CEO, a DP Word não é apenas operadora portuária, mas sim um fornecedor global de soluções logísticas de ponta e apoiada por uma das maiores redes mundiais de portos em seis continentes.
"A nossa entrada em Angola e o investimento planeado no terminal, conforme definido no acordo, reflecte a nossa crença no potencial de crescimento económico do País. Esperamos desempenhar o nosso papel de apoiar o Governo a atingir os seus objectivos de crescimento por meio deste sector chave, não apenas como operador portuário, mas também como fornecedor global de soluções logísticas de ponta ", disse.