De acordo com o documento, divulgado esta semana, as acções de supervisão a instituições financeiras bancárias e não bancárias, incidiram maioritariamente sobre "clientes e transacções de alto risco".
No balanço do ano, o BNA assinalou a subida geral no número de inspecções, que se dividem em duas categorias: "on-site" e "off-site".
As inspecções "on-site" são caracterizadas "pela presença de inspectores do BNA nas sedes e agências das instituições financeiras", podem realizar-se através de forma credenciada ou através de "cliente mistério" - processo em que o inspector se faz passar por um consumidor comum.
Estas inspecções têm como objectivo analisar os preçários, reclamações, protecções do consumidor, publicidade e a avaliação da conformidade da remuneração dos depósitos a prazo, do cumprimento Orçamento Geral do Estado, entre outros.
Durante o exercício relatado no documento, foram realizadas 267 acções de inspecção credenciadas, um aumento de 247% face às 77 do período homólogo de 2016, e 235 inspecções do tipo "cliente mistério".
Já as inspecções "off-site" pretendem avaliar o cumprimento das regras de conduta, de deveres gerais de informação e dos normativos legais e regulamentares em vigor.
Em 2017, o BNA conduziu 254 acções de inspecção "off-site" a 27 instituições financeiras, um aumento de 10,92% face às 229 de 2016.
Mais de 60 queixas por dia
O BNA recebeu, em média, por dia, 63 queixas de clientes dos 27 bancos que operavam no país em 2017, um crescimento de 63,37% face ao período homólogo, segundo dados do banco central.
De acordo com os dados no relatório e contas do BNA, divulgado esta semana, a maioria destas reclamações - 13.643 - foi remetida por clientes de bancos privados estrangeiros, seguindo-se as apresentadas por clientes de bancos privados nacionais - 8270 - e por clientes de bancos públicos - 1256.
Depois de em 2016 ter registado 14.182 queixas, o BNA viu este número subir 63,37% no ano passado.
Segundo o banco, este aumento deve-se a "uma maior consciencialização dos consumidores (...) relativamente aos seus direitos e deveres, bem como dos constrangimentos registados no mercado cambial nacional".
Cartões (8.417) e transferências (3.411) foram as matérias que levaram os clientes a registar mais reclamações junto do BNA, totalizando mais de metade das queixas durante o ano de 2017.
Problemas com contas de depósito, Internet e Mobile Banking e máquinas de ATM/TPA foram as seguintes categorias que mais reclamações provocaram.
Das 23.169 reclamações apresentadas, o BNA assinala a conclusão de cerca de 75,47%, estando as ocorrências restantes - 24,53% - em análise.