"Prevemos que o Banco Nacional de Angola vá manter o kwanza estável, à volta dos 830 por dólar durante o primeiro semestre deste ano, devido aos receios sobre a crescente inflação", escrevem os analistas da BMI Research, num relatório citado pela Lusa.

Os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, que antecipam que a inflação recomece a descer no segundo semestre do ano, não antevendo que a taxa informal de mil kwanzas por dólar seja ultrapassada.

"Depois de uma moratória de três anos, os pagamentos da dívida aos credores chinesas recomeçaram em 2023, o que, juntamente com a queda das receitas petrolíferas, reduziu a oferta de moeda estrangeira em Angola; como resultado, o kwanza desvalorizou-se fortemente face à sobrevalorização de 510 kwanzas por dólar em meados de maio, para 825 por dólar no final de Junho", esclarecem os analistas.

Desde o início do segundo semestre de 2023, "o Banco Nacional de Angola tem limitado a troca de moeda estrangeira, e os bancos têm reportado dificuldades em comprar dólares fora de uma margem cambial cada vez mais estreita", acrescentam, citados pela agência Lusa, referindo que apesar de criar dificuldades no acesso aos dólares e causar atrasos nos pagamentos, estas medidas têm permitido que o kwanza continue estável, entre 828 e 832 kwanzas por dólar".

Para 2025, a previsão é que a moeda angolana desvalorize um pouco mais, para 927 kwanzas por dólar, com a inflação a descer de 17,5% em 2023, para 15% no final de 2024, e para 12,3% no final do próximo ano.