Segundo as regras que seriam aplicadas, cada cliente poderia abastecer um máximo específico de litros de combustível, dependendo do tipo de veículo. O mesmo se aplicava aos bidões.
Por exemplo, as motos de duas ou três rodas podiam receber até 20 litros, os veículos ligeiros do tipo turismo até 60 litros, carrinhas até 80, jeeps, 100, autocarros até 400, e camiões até 800 litros.
Entretanto, segundo a Sonangol, cada cliente podia somente abastecer como limite máximo diário dois bidões de 20 litros de combustível.
A população, sobretudo os automobilistas e camionistas, reagiram mal à decisão, afirmando que a situação traria constrangimento à vida das pessoas, sobretudo fora das cidades.
Ao Novo Jornal, vários camionistas disseram que a maior parte dos camiões têm adulterados os depósitos, não para o contrabando de combustível, mas porque não há postos de abastecimento em diversas localidades do País por onde viajam, explicando que já tiveram experiências desagradáveis por não terem reservatório.
Outros contam que em muitas localidades de Angola os postos de abastecimento não funcionam, porque que raramente têm combustível para servir a população.
Os agricultores também se mostraram apreensivos com a posição tomada pelo Sonangol que pretendia limitar a venda de combustível nos postos de abastecimento.
"A Sonangol fez muito bem em recuar. Senão o País parava e a economia, que já está mal, piorava ainda mais! Os equipamentos agrícolas haviam de parar e a fome de certeza ia aumentar", afirma Martins Adão, empresário do ramo agrícola, com quem o Novo Jornal conversou.
Entretanto, camionistas, agricultores e alguns empresários, asseguraram que foi bom a Sonangol recuar na decisão, visto que "só havia de trazer atraso na movimentação de mercadorias de um sítio para outro", enfatizando que "a Sonangol usou o cérebro".
Em comunicado, a Sonangol Distribuição e Comercialização assegurou que a medida, que também orientava para a proibição de abastecimento a veículos com depósitos adulterados, fica adiada até que estejam criadas as condições para a sua aplicação.
Segundo o comunicado da petrolífera, este adiamento é pelo facto de se terem revelado alguns percalços, como a existência de localidades em que a comercialização de combustíveis é ainda um processo complexo, situação que causa vários constrangimentos.