Escavações efectuadas no templo Maya Devi, em Lumbini, permitiram encontrar vestígios de uma estrutura em madeira, até aqui desconhecida, que data do século VI a.C., declarou o arqueólogo Robin Coningham, da universidade de Durham, no Reino Unido.
"É uma descoberta maior", acrescentou o responsável das escavações, dirigidas em conjunto com o nepalês Kosh Prasad Acharya, durante uma conferência de imprensa telefónica, organizada pela National Geographic Society a partir de Washington.
"Temos a prova do mais antigo santuário budista do mundo, e a prova de que este santuário estava consagrado em redor de uma árvore", afirmou o arqueólogo.
A tradição budista diz que Siddharta Gautama, posteriormente Buda, nasceu em Lumbini, quando a mãe viajava para casa dos pais. Durante o parto, ela terá agarrado os ramos de uma árvore.
Os arqueólogos perceberam, numa escavação sob um templo em tijolo, que esta estrutura escondia outra.
Furos para postes foram encontrados a delimitar um espaço "que foi sempre aberto aos elementos e nunca foi fechado por um tecto", disse Coningham.
A descoberta e análise de "raízes de árvores petrificadas mostram que este espaço era aberto porque na sua origem estava uma árvore", acrescentou.
A mais antiga estrutura relativa ao budismo em Lumbini datava do século III a.C., indicaram investigadores.
Lumbini, inscrito na lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), é um dos locais de peregrinação mais importantes do budismo, visitado por um milhão de pessoas todos os anos.
A religião budista conta perto de 500 milhões de fiéis em todo o mundo.
As escavações, cujos resultados são publicados na edição de Dezembro da revista trimestral Antiquity, foram financiadas pelos governos japonês e nepalês e dirigidas pelas universidades de Durham e Stirling (Reino Unido), em parceria com a National Geographic Society.
Lusa / Novo Jornal