Os "lotadores", angariadores informais de passageiros para os táxis colectivos que servem de transporte urbano, são na sua maioria jovens sem qualificação profissional que actuam em grupos de cinco a 10 pessoas nas paragens de táxis.

Segundo a Polícia Nacional, sempre que há uma paralisação da actividade de táxi, são os "lotadores" que começam com as arruaças e a perturbação da ordem pública, daí defender a sua proibição.

A Polícia Nacional defende que quem deve ter o controlo das paragens dos táxis são os governos provinciais e as administrações municipais.

O comissário Mateus Rodrigues, porta-voz da PN, disse que a função exercida pelos lotadores é da competência das autoridades administrativas.

Segundo a PN, esta figura representa um perigo para a segurança pública pelo facto de os lotadores exigirem que os carros em actividade de táxi lhes paguem obrigatoriamente, sob pena de serem agredidos ou vandalizada a sua viatura.

Conforme a Polícia Nacional, é altura de o Governo colocar fim a esta actividade, proibindo-a.

"Caso o Governo proíba a actividade e eles insistirem, aí já estarão diante de um crime de desobediência e a PN pode actuar", afirmou.

Mateus Rodrigues assegurou que o facto de estarem simplesmente a procurar encher as viaturas de táxis com passageiros não é crime, pois o crime está na cobrança de dinheiro e na agressão das pessoas.

Entretanto, a figura de "lotador" de táxi, segundo vários juristas ouvidos pelo Novo Jornal, é ilegal e não tem qualquer respaldo legal.

"A polícia não deve esperar que eles cometam crimes para os prender, é melhor as autoridades administrativas proibirem essa figura", explicou ao Novo Jornal Mateus Rodrigues, em função dos últimos acontecimentos que Luanda viveu com a greve dos taxistas que descambou em actos de vandalismo, arruaça, pilhagem e confrontos entre milhares de jovens e a polícia, que resultaram na morte de 29 cidadãos.