Blinken chegou a Joanesburgo no Domingo, onde iniciou um conjunto de actividades em agenda, desde logo as visitas a locais históricos, como o Memorial Hector Pieterson, no Soweto, um estidante que ficou na história do país após ter sido morto em 1976 durante sérios protestos anti-apartheid.
Já esta segunda-feira, Blinken, que chega ao continente depois de nas últimas semanas russos, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, e franceses, pelo Presidente Emmanuel Macron, terem feito périplos africanos vincadamente, como este, para recuperar ou consolidar relações num ambiente global de luta por conquista de influência no continente pelas grandes potências, vai encontrar-se com a sua homóloga sul-africana, Naledi Pandor, procedendo depois a uma intervenção para explicar a nova e mais agressiva estratégia da Administração Biden para a África subsaariana, que visa claramente estancar e contrariar o avanço chinês e russo das últimas décadas.
No entanto, com a RDC e o Ruanda - dois países em fase de forte tensão devido a conflitos no leste do Congo, com Kinshasa a acusar Kigali de apoio aos guerrilheiros do M23, e com o Presidente angolano a desempenhar um papel preponderante de mediador para que a "febre" belicista entre os dois vizinhos baixe -, no mapa deste "tour" africano de Antony Blinken, é claramente um momento importante para a complexa e instável região dos Grandes Lagos, onde Angola tem um especial interesse na criação de condições para solidificar a estabilidade.