O governador da província do KwaZulu-Natal, Sihle Zikala, disse hoje que as autoridades locais contabilizaram até ao momento 26 mortos em resultado da violência e pilhagens naquela região do litoral do país, vizinha de Moçambique.

Zikalala, que é político do ANC, adiantou que 187 pessoas foram detidas na província.

O Governo destacou 2.500 soldados para apoiar a polícia a conter os distúrbios no KwaZulu-Natal e em Gauteng, motor da economia do país.

Em Gauteng, o número de vítimas mortais aumentou para pelo menos 10 nas últimas 24 horas, segundo a Polícia sul-africana.

Pelo menos 757 foram detidas pela Polícia, sendo que 304 pessoas no KwaZulu-Natal e 453 pessoas em Gauteng, segundo as autoridades sul-africanas.

Desde sábado que a província de Gauteng está a ser também fustigada por bloqueios de estradas, saques a vários centros comerciais, vandalismo e incêndio de viaturas privadas e camiões de transporte de mercadorias, que continuam na manhã de hoje, relatou a imprensa local.

"Esta manhã, a situação parece calma aqui na minha área de Edenvale também devido à falta de transportes, mas houve tiroteio toda a noite em Alexandra que se ouvia em Linksfield", relatou à Lusa um residente português que solicitou o anonimato.

O Presidente Cyril Ramaphosa, que é também presidente do ANC, o partido no poder na África do Sul desde 1994, disse numa comunicação ao país, na noite de segunda-feira, que "acções serão tomadas contra aqueles que saqueiam e continuam com violência e intimidação.

"Embora possam ser actos oportunistas de pilhagem causados por privações e pobreza, os pobres e marginalizados suportam o impacto final da destruição", considerou o chefe de Estado sul-africano.

Na Cidade do Cabo, onde os centros comerciais foram encerrados devido aos distúrbios no KwaZulu-Natal e Gauteng, três pessoas foram assassinadas na manhã de hoje e outras seis ficaram feridas em confrontos armados entre motoristas de táxi, divulgou a Polícia em comunicado citado pela imprensa.