Estes, por enquanto, rumores, são solidamente fundamentados pelas ameaças de vingança feitas em Teerão pelo aiatola Ali Khamenei e pelo Presidente Ibrahim Raisi, após um míssil israelita ter destruído o consulado iraniano (na foto) na capital síria, Damasco, matando 11 pessoas.
Ameaças essas que reverberaram fortemente pelos mercados petrolíferos, especialmente depois de um comandante da Marinha de Guerra iraniana ter admitido que em caso de conflito aberto com Israel, o Estreito de Ormuz, por onde passa muito do petróleo e gás consumido no mundo, seria fechado à navegação.
E agora ganharam nova intensidade com a intelligentsia norte-americana a fazer chegar aos media a sua convicção de um ataque a Israel pelo Irão está iminente e pode suceder ainda este fim-de-semana, metendo frente a frente as duas grandes potências militares do Médio Oriente.
Segundo o Politico, um jornal especializado na política norte-americana, a resposta iraniana ao ataque em Damasco no consulado iraniano, embora tenha deixado as autoridades de Teerão sem muitas soluções, deverá ser moderado para evitar a entrada dos EUA neste confronto ao lado de Telavive.
Ainda segundo esta publicação, o risco de um alastramento do conflito de Gaza ao barril de pólvora que é o Médio Oriente, região que produz quase 35% do crude consumido diariamente no mundo, tem nesta frente israelo-iraniana o seu mais curto pavio.
E o ataque iraniano, mesmo que não se venha a revelar com uma magnitude geradora de uma guerra aberta entre os dois países, será ainda assim de grande risco, porque Teerão não pode perder a face com uma retaliação sem impacto, devendo, por isso, ser mais forte que o usual mas não de tal modo que obrigue Washington a sair em defesa do seu aliado regional.
No entanto, segundo outros analistas, também os EUA estão obrigados a reflectir mais que o costume na sua eventual entrada em acção ao aldo de Israel, seja qual for a envergadura da vingança iraniana, porque o Irão é o principal aliado da Rússia e da China na região.
Alias, se Israel tem tratados sólidos de cooperação com os Estados Unidos, também o Irão assinou, como o Novo Jornal noticou, vários acordos e tratados com Pequim e Moscovo nos últimos tempos, envolvendo metodologias de cooperação na área da Defesa e Segurança.
Para já, o que é certo e seguro é que a morte de sete oficiais da Guarda Revolucionária do Irão no consulado de Damasco, entre estes dois generais da sua unidade de elite, a Força Quds, incluindo o comandante, general Mohammad Reza Zahedi, e o seu braço direito, o general Haji Rahimi, impõe a Khamenei e Raisi, para não perderem a face, uma resposta "adequada".
Entretanto, a embaixada dos EUA em Israel emitiu um alerta para os seus cidadãos pedindo-lhes que evitem locais considerados sensíveis e aqueles onde existirem concentrações populares.
Face a este cenário escaldante, várias companhias aéreas ocidentais estão a reduzir os seus voos para o Irão e Israel e nalguns casos a anulação temporária destas rotas até nova ordem.
Em Telavive, o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyhau, já advertiu que se o país for atacado pelo Irão, a resposta será imediata e determinada.
Em toda a região, segundo notícias de múltiplas agências, o clima é de crescente sensação de guerra iminente entre os dois países.