"O que foi recentemente apresentado ao movimento constitui um golpe contra o que as partes alcançaram a 02 de Julho, com base na própria declaração de [Presidente norte-americano, Joe] Biden de 31 de Maio e na Resolução 2735 do Conselho de Segurança de 11 de Junho, e é considerado uma resposta e aquiescência dos EUA às novas condições do terrorista [primeiro-ministro israelita] Netanyahu", disse hoje o grupo num comunicado.
O movimento islamita referia-se ao plano de paz apresentado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, em Maio, que o Hamas aceitou.
O Hamas também qualificou de "enganosa" a declaração do chefe de Estado dos EUA, na noite passada, segundo a qual o grupo está a "afastar-se" da possibilidade de chegar a um acordo.
Estas "alegações enganosas [de Biden] não reflectem a verdadeira posição do movimento, que é a de chegar a um acordo de cessar-fogo", afirmou o Hamas, frisando mesmo estar "ansioso" por acabar com a agressão israelita.
Nas mesmas declarações, Biden disse que o Hamas está a "recuar" nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas considerou que um acordo "ainda é possível".
"Israel diz que o pode fazer [aceitar o acordo]", acrescentou o Presidente norte-americano.
No comunicado de hoje, o Hamas denunciou uma "luz verde americana ao governo sionista extremista para cometer mais crimes contra civis", numa referência ao executivo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está hoje no Egipto para procurar a aprovação do Hamas ao plano de cessar-fogo, que o primeiro-ministro israelita aceitou na segunda-feira, após um encontro com o responsável dos EUA (Estados Unidos da América).
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.