Segundo The New York Times, o programa norte-americano de apoio aos militares moçambicanos que combatem o terrorismo islâmico em Cabo Delgado, província do norte onde foi descoberta há alguns anos uma das maiores jazidas de gás natural do mundo, é "modesto", contando apenas com uma dezena de elementos.

No entanto, a dimensão do grupo de apoio, formado por forças especiais, é irrelevante porque representa a entrada da maior potência militar do mundo no combate aos insurgentes da al-Shabaab em Moçambique,, conhecidos pela extrema ferocidade com que procuram aterrorizar as populações locais.

Já hoje foi conhecido um relatório da ONG Save the Children que revela que os radicais estão a decapitar crianças e raparigas jovens que se recusam a acompanhá-los, além de queimarem milhares de habitações, forçando à fuga de, segundo algumas fontes, mais de 1 milhão de pessoas das suas aldeias.

A entrada dos EUA neste conflito, que se prolonga já há vários anos, pode ser um ponto de viragem na correlação de forças no terreno, visto que os militares moçambicanos não demonstram capacidade para se superiorizarem aos radicais, embora contem já há alguns meses com o apoio de mercenários sul-africanos.

Com este primeiro passo, alguns analistas admitem que forças de maior dimensão possam ser enviadas para o terreno pela Administração Biden, que olha para estas questões de forma diferente da Administração Trump, mostrando maior abertura para se envolver além-fronteiras no combate ao terrorismo islâmico.