Aquela que é a particularidade mais elogiada pela sociedade civil queniana, e assim vista pelos media internacionais, a ausência de lideres que manipulam, como no passado, a condução dos protestos, é agora usada pelo Governo do Presidente William Ruto para as anular.
Para isso, a polícia, ainda mais reforçada que o usual em tempo de grandes manifestações, que são uma boa parte do dia a dia em Nairobi há largos meses - a última fase começou em Junho, devido à nova lei de taxação de produtos essenciais -, está a tentar evitar ajuntamentos.
Mas antes foi noticiado nos media que o Executivo decretou a proibição, por tempo indefinido, de todas as manifestações na capital do Quénia, por não haver forma de garantir que estes são de génese pacífica.
Esta proibição, uma evolução radical por parte do Presidente Ruto, depois de em Junho, e durante as semanas subsequentes, este país ter assistido a uma série de protestos violentos, com dezenas de mortos e milhares de feridos, que saltou claramente o mero protesto contra os aumentos para uma frente geral contra a situação económica e a governação.
A proibição foi anunciada escassas horas antes do momento calendarizado para um novo ajuntamento popular contra o Governo, que tem como curioso facto não estar, oficialmente, pelo menos, nenhum líder da oposição na sua organização.
Por detrás destes protestos estão uma crise económica sem paralelo, com a dramática expansão do desemprego, uma imparável inflação, a corrupção em recordes, tanto na percepção das populações como nos índices das organizações internacionais...
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