Para impedir que os clientes que pagam o serviço sejam impedidos pelas companhias fornecedoras do serviço, "por ordem das instâncias governamentais", restrinjam muito ou simplesmente cortem o acesso à internet, um conjunto de Organizações Não-Governamentais (ONG) pretende levar a tribunal os responsáveis por esses cortes, sejam eles quem forem.
O grupo de oito ONG ligadas á defesa dos Direitos Humanos, com sede na província do Katanga, emitiram um comunicado onde advertem que impedir o acesso à internet "é uma violação dos Direitos do Homem".
No texto, as ONG acusam as companhias que fornecem o serviço de internet procedem a estes cortes estratégicos por "razões políticas" e mostram estar ao serviço dos partidos que apoiam o Governo e do Governo que dos seus clientes, cujos interesses estão obrigadas a defender.
Anunciando que já dispõem de um "colectivo de advogados", as ONG dos Direitos Humanos na RDC, adiantam que estão em processo de advertir as empresas, avançar para os tribunais e por último levar o caso às organizações internacionais, nomeadamente nos países onde estão sediadas algumas destas empresas, a maioria com capitais franceses e belgas, entre outros.
Estes cortes de internet, ou mesmo o sinal de algumas rádios mas activas na denúncia dos excessos das forças de segurança sempre que ocorrem protestos, como tem sido o caso das manifestações a exigir o abandono do poder por parte do Presidente Kabila, são sistemáticos e é um dado adquirido que são feitos com o objectivo de combater a dispersão das mensagens dos manifestantes e limitar os apelos à participação.
Nos últimos meses, a esmagadora maioria dos protestos têm surgido, na capital, Kinshasa, mas também nas mais importantes cidades do país, para exigir a realização de eleições e a saída de Joseph Kabila do poder, onde está vai para dois anos interinamente, após o adiamento das eleições em Dezembro de 2016, quando completaria dois mandatos seguidos, ficando impedido pela Constituição de uma terceira candidatura.