O ministro regional da Saúde da província de Nord-Kivu, Eugène Syalita, afirmou que "algumas famílias recusam categoricamente deixar que as suas casas sejam desinfectadas" e acatar outras recomendações relativas aos enterros de mortos infectados, acrescentando que desde o dia 7 foram diagnosticados seis casos.
"As pessoas ainda não compreenderam que o Ébola reapareceu, isso ainda não é claro para elas", declarou, destacando que, tal como em surtos anteriores, a população continua a não acreditar na existência da febre hemorrágica e as pessoas não evitam tocar nos doentes ou lavar os cadáveres dos que morreram infectados.
Este é o 12º surto de Ébola no país, onde em 1976 ocorreu a primeira epidemia a partir da transmissão do vírus de animais selvagens para a comunidade humana, na província congolesa do Equador. O vírus transmite-se aos seres humanos através de animais infectados e entre seres humanos o contágio sucede através de fluidos corporais, manifestando-se com febre, vómitos, hemorragias e diarreia.
O pior surto, o décimo, foi declarado em Agosto de 2018 e só foi dado como extinto em 2020 por causa da insegurança provocada pelos grupos armados activos no país e por causa da resistência das populações às medidas sanitárias aplicadas para combater a doença. Provocou mais de 2.200 mortos e é considerado o mais grave da história do Ébola na República Democrática do Congo desde que a doença apareceu, em 1976.
Mas foi na África Ocidental que a epidemia de Ébola mais letal ocorreu, entre 2013 e 2014, Mais de 11 mil pessoas morreram, especialmente na Serra Leoa, Libéria e Conacry.