O Presidente dos estados Unidos, Joe Biden, conta com Austin para restaurar a estabilidade no topo da hierarquia do Pentágono, que passou por dois secretários de Defesa confirmados pelo Senado e quatro que ocuparam o cargo interinamente, durante a presidência Trump.

A confirmação de Lloyd Austin no Senado exigiu algumas manobras, por ser general aposentado recentemente, o que obrigou a uma dispensa de uma proibição legal para que um oficial militar seja nomeado secretário de Defesa antes de cumprir sete anos na reforma.

Austin aposentou-se em 2016, quando chefiava o Comando Central dos EUA, tendo sido o primeiro vice-chefe do Estado-Maior negro do Exército, em 2012, e tendo sido também director do Estado-Maior Conjunto, um trabalho de bastidores que lhe deu uma visão de proximidade sobre o funcionamento interno do Pentágono.

Na sua audiência no Senado, na terça-feira, Austin disse que não procurou a nomeação, mas que estava pronto para chefiar o Pentágono sem olhar para o seu passado militar e com plena consciência de que se trata de um cargo político.

Quando foi vice-presidente de Barack Obama, Biden trabalhou em estreita colaboração com Austin, em 2010-11, na altura em que os EUA procuravam diminuir o seu envolvimento militar no Iraque e o agora secretário de Defesa era o principal comandante norte-americano em Bagdad, onde foi uma peça chave na derrota do grupo jihadista Daesh na região.

Biden disse, em Dezembro, quando anunciou Austin como o seu candidato ao cargo de secretário de Defesa, que o considerava a pessoa certa para o lugar, confiando nele para "garantir o controlo civil dos militares".

Lloyd Austin prometeu rodear-se de civis qualificados e deixou claro, na sua audiência de confirmação, que está totalmente de acordo com a estratégia do novo Presidente para o combate à pandemia de covid-19.

"Vou rever rapidamente as contribuições do Departamento (de Defesa) para os esforços de combate ao novo coronavírus, garantindo que estamos a fazer tudo que podemos para ajudar a distribuir vacinas por todo o país e para vacinar as nossas tropas", disse Austin perante o Senado.

Austin comprometeu-se ainda a abordar o problema da supremacia branca e do extremismo violento nas fileiras militares, assegurando que pretendia "livrar as fileiras militares de racistas".

"O trabalho do Departamento de Defesa é manter a América segura dos nossos inimigos. E não poderemos fazer isso se alguns desses inimigos estiverem dentro das nossas próprias fileiras", explicou Austin.

Perante o Senado, Austin falou ainda de outras suas prioridades políticas, indicando que adopta a opinião de muitos no Congresso de que a China é um "desafio" e o principal problema de segurança nacional para os EUA.