Seguindo a tradição iniciada em 1980 em Moscovo, num contexto geopolítico mundial particularmente difícil com o bloqueio dos países do bloco ocidental ao certame, a nossa querida pátria está presente nesta grande cimeira mundial de celebração do espírito de Coubertin, reservando as nossas maiores esperanças numa participação mais impactante a nossa selecção feminina de andebol.
A cada quatro anos é como se o efeito de um mesmo truque mágico se renovasse, é pois um momento em que os melhores atletas do mundo nas mais diversas modalidades se reúnem e competem entre si em busca de uma consagração que vai para além do materialismo de uma medalha com certeza.
Recordo-me de uma ocasião em que grande atleta de Basquetebol francês Tony Parker visitou os formiguinhas aqui mesmo no Cazenga e quando o Herlander Coimbra, antigo capitão da nossa gloriosa seleção nacional de basquetebol lhe disse que foi três vezes atleta olímpico, o nosso convidado arregalou os olhos e deu os parabéns com muita admiração e máximo respeito ao nosso Herlander.
Assim são os jogos olímpicos, um momento reservado aos «deuses» do desporto, à pessoas tão especiais ao ponto de dedicarem dia a dia todo o seu tempo e expectativas ao longo de quatro anos para correm ou nadarem por menos de 10 segundos, por exemplo.
Feliz é a nossa geração que tem a oportunidade de desfrutar de atletas tão especiais como a nossa Albertina Kassoma ou Juliana Machado no andebol, de um Lebron James ou Kevin Durant no basquetebol ou ainda da subtileza de uma Simone Biles, reconhecidamente a melhor ginasta de sempre.
Lá do alto, entre as estrelas mais cintilantes, o Barrão Pierre de Coubertin e os outros percursores dos jogos olímpicos da era moderna podem sorrir e darem-se por felizes, pois, sem dúvidas que não há qualquer evento globalmente mais impactante do isto que foi sonhado e idealizado por eles.
Que tudo isto que temos a oportunidade de vivenciar nos inspire, aqui entre nós e na nossa terra, a investirmos cada vez no desporto que é mesmo uma inesgotável fonte de virtudes no plano da construção da cidadania e uma poderosa e estratégica ferramenta de posicionamento geoestratégico neste mundo cada vez mais globalizado.
Paris engalanou-se para acolher os jogos olímpicos deste ano, tendo a cerimônia de abertura sido uma coisa bem ao jeitinho francês, disruptiva, criativa e até certo ponto até revolucionária, com os diversos países desfilando sob o serpentear as águas do Rio Sena.
Que tudo isto que temos a oportunidade de vivenciar nos inspire, aqui entre nós e na nossa terra, a investirmos cada vez no desporto que é mesmo uma inesgotável fonte de virtudes no plano da construção da cidadania e uma poderosa e estratégica ferramenta de posicionamento geoestratégico neste mundo cada vez mais globalizado.n
*Jurista e Presidente do Clube Escola Desportiva Formigas do Cazenga