Se o Executivo explicasse de forma clara as razões pelas quais toma determinadas decisões, seria provável que o cidadão criticasse, mas de forma informada, sem especulação nem afeição exagerada pelos mujimbos. O cidadão teria sempre como alternativa a crítica construtiva e seria partícipe no corrigir o que está mal.
Um exemplo gritante da falta de informação está relacionado com o real motivo da ausência, em Luanda, de um sistema adequado de gestão dos resíduos sólidos urbanos. Na falta de uma conferência de imprensa honesta sobre tais motivos, aproveito estas linhas para clarificar este projecto de repovoamento animal urbano que contribui activamente para a prática do exercício físico, combate à preguiça e melhoria da qualidade de vida do cidadão.
A falta de contentores permite que, de forma gratuita, entenda-se sem gastar um tostão, Luanda seja rapidamente repovoada com animais de várias espécies, por exemplo moscas, baratas, ratos e outros invertebrados oportunistas. Aplicando 0% do Orçamento Geral do Estado, o Executivo mantém as pessoas activas por conta do exercício físico voluntário que desenvolvem.
Pequenas corridas atrás de baratas ou em fuga de ataques de ratos afoitos podem permitir ao País produzir velocistas dos 100 metros rasos ou dos 110 metros com barreiras. Nalguns casos, foram deixados pequenos buracos nas estradas e passeios para serem cheios com água da chuva e, assim, criar fossos de água propícios para a corrida de meio-fundo de 3000 metros com obstáculos. Tudo a pensar na saúde física do cidadão.
Há também um plano para produzir uma leva de grandes tenistas que possam brilhar em quadras de terra batida ou sintéticas. Os treinos podem ser feitos junto aos amontoados de lixo, tudo sempre de forma gratuita, de forma individual ou em dupla. Moscas e mosquitos estão presentes para ajudar a treinar o "serviço", a devolução e o ataque. Quando mais moscas acertar, maior será a possibilidade de poder participar nos grandes torneios internacionais, como o Roland Garros. Ao ganhar, pode, com muito orgulho, dizer: acertei na muche!
Fica aqui um conselho: antes de andaram para aí a criticar o Executivo por medidas que não entendem, exercitem a mente e o corpo e verão que essas medidas são sempre para melhorar o que está bem