Os Prémios NOVO JORNAL "PERSONALIDADES DO ANO - SOCIEDADE" têm natureza simbólica, constituindo um testemunho de apreço e uma forma pública e solene de homenagear as personalidades que em 2018 mais se distinguiram nesta categoria.

A existência deste prémio revela a firme determinação do NOVO JORNAL no reconhecimento do mérito e da excelência daqueles que contribuem para o progresso de Angola.

O seu voto informado determina o vencedor. Conheça as três personalidades, por ordem alfabética, aqui.


ACC (Associação Construindo Comunidades)

A ACC - Associação Construindo Comunidades é uma organização angolana que trabalha em questões comunitárias ligadas com o direito à terra, o desenvolvimento humano e os Direitos Humanos.

A ACC foi fundada em 2003 e é uma organização cristã, apartidária, com a missão de trabalhar com as instituições do Estado, da sociedade civil e com os excluídos, com a visão de se ter uma sociedade inclusiva, com cultura de Direitos Humanos, com a prática do exercício da cidadania, onde os recursos possam ser distribuídos de forma justa. Tem desenvolvido a advocacia social, a advocacia jurídica, a formação para a cultura dos Direitos Humanos, o exercício da cidadania, a defesa dos recursos locais, como a terra, no sentido de beneficiar as pessoas que lá vivam.

A ACC tem âmbito nacional, e detém o Estatuto de Observador da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e é membro do Grupo de Trabalho de Monitoria dos Direitos Humanos (GTMDH), estando a liderar o grupo de trabalhos que acompanha o caso de conflitos de terras no Curoca, Província do Cunene.

Devido à opacidade do lado das empresas minerais que exploram granito nos Gambos, a ACC, com apoio da Open Society for Southern Africa, iniciou em 2018 um processo de denúncias, apoiando os populares que reclamavam, entre outras coisas:

a. A falta de comparticipação social das empresas na construção de infraestruturas locais como escolas, postos de saúde e outras estruturas sociais;

b. A falta de protecção das zonas onde foi retirado o granito, tornando-se um grande perigo por parte das pessoas e dos seus animais. Têm morrido pessoas e animais em alguns dos buracos deixados pelas empresas;

Em Novembro de 2018, a Missão de Santo António dos Gambos, juntamente com a ACC começaram os lobbies para que Angola e o mundo soubessem, que realente uma grade estiagem estava a caminho. Foram feitas muitas entrevistas, foram feitos muitos alertas. Em primeiro lugar, havia uma grande resistência da parte das autoridades municipais e provinciais em aceitar que realmente havia o fenómeno da fome. Mais tarde, depois de se constatar que a fome era uma realidade, pois não tinha chovido quase nada, o Governo gradualmente iniciou a aceitação do fenómeno.

Foi feita uma frente conjunta ACC- ANO (Cunene) e Missão de Santo António dos Gambos, a fim de que a advocacia sobre a fome chegasse muito mais longe. Se o Presidente da República conseguiu deslocar-se ao Sul de Angola, neste mês de Maio, graças à modesta intervenção da ACC, da ANO e da Missão de Santo António dos Gambos.


Associação OMUNGA

A OMUNGA é uma associação angolana de âmbito nacional fundada a 16 de Junho de 2005, cuja constituição foi publicada no Diário da República de 27 de Dezembro de 2006, III Série nº 156, como organização sem fins lucrativos, apartidária e laica que desenvolve acções de promoção e protecção dos direitos da infância e juventude. Tem actualmente a sua sede na Rua do Sol, n.º 1, Bairro da Luz, Município do Lobito, Província de Benguela

Tem como Missão: promover, divulgar e monitorar em todo território nacional, políticas para infância e juventude que garantam e exercício dos seus direitos e deveres

Visão: Grupos de crianças mulheres, jovens e não só, socialmente excluídos advogam livre e autonomamente pelo resgate dos seus direitos.

Missão Estratégica: Estimular a participação cívica e política dos grupos de crianças e jovens socialmente excluídos no regaste de direitos e melhoria das suas condições de vida.

Actualmente a OMUNGA desenvolve as suas principais acções em 2 grandes eixos estratégicos, embora que, na prática, ambos eixos se inter-relacionam e se inter-complementam

Direitos Humanos

Enfoca-se essencialmente para a responsabilização do Estado no sistema de protecção social, nomeadamente na Educação, Saúde, Habitação/terra, Segurança alimentar e acesso à identidade.

Dá ainda atenção à maior participação dos cidadãos na governação

Lidar com a violência e construindo a paz

Dá-se especial atenção para que conflitos políticos, laborais, religiosos, ambientais e outros sejam geridos de forma pacífica

Atende-se ainda a questões de protecção e inclusão social de grupos vulneráveis e minoritários tais como minorias étnico-culturais, moradores de rua e imigrantes.


Centro OKUTIUKA

A Okutiuka (Regresso) é uma associação Angolana, fundada por um grupo de amigos que querem que a natureza não sofra com a acção do ser humano, e por isso se mobiliza para torná-lo cada vez melhor e digno.

É legalizada pelo governo de Angola, como mostra o diário da república de 10 de Março de 1997, tem duração indeterminada.

Foi fundada em 1995, no Município de Caimbambo, Província de Benguela, com o propósito de apoiar as camadas mais desfavorecidas da sociedade com serviços diversos visando o seu bem-estar socioeconómico e cultural, e de servir de ponte para o diálogo entre as comunidades e o governo.

Está no Huambo desde Julho de 1997, onde tem como foco principal o apoio integrado a crianças e jovens em situação de risco (órfãos, de e na rua, abandonados, em condições de pobreza extrema, vítimas de incompreensões, violência diversa).

A Okutiuka neste momento tem em curso a 4º fase do projecto da Acep, (4ª fase do projecto "Meninos de rua: Inclusão e Inserção").

Numa antiga fábrica de derivados de leite, tornada um escombro por causa dos bombardeamentos, das pilhagens e do abandono, e por falta de outro espaço, a Okutiuka construiu o espaço de acolhimento de crianças (normalmente chama-se a isso lar, orfanato, centro... )

Num sistema de internato para rapazes e externato para raparigas, muitas vidas e histórias se constroem, com a realização de diversas actividades praticas e vivencias que ajudam a construir um homem bom para a sociedade, para si e para as famílias que vão constituindo.

Hoje na Okutiuka 90% dos trabalhadores efectivos são jovens que viveram na Okutiuka, desde a sua tenra idade. A Okutiuka tem jovens na faculdade, poetas, produtores de música, escritores, cartoonistas, dançarinos, coreógrafos, cantores, gestor de dados, contabilistas e gestores de finanças, educadores sociais, cozinheiros, canalizadores, logísticos, guitarristas, futebolistas, capoeiristas, patinadores, técnicos de saúde, motoristas.


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