O "protesto de detenção ilegal" dos deputados Francisco Fernandes Falua e João Quipipa Dias, do círculo provincial do Kwanza Norte, foi reprovado com 78 votos a favor da UNITA e 107 contra do MPLA.
A Assembleia Nacional rejeitou o requerimento do principal partido da oposição, alegando que o assunto não constava na agenda desta plenária.
Refira-se que a UNITA denunciou, na segunda-feira, 17, que dois deputados, Francisco Fernandes Falua e João Quipipa Dias, foram detidos e vítimas de violência policial, quando, no dia 16 deste mês, participavam numa manifestação pacifica para exigir que as autoridades investiguem casos de assassinato com celeridade e prioridade.
"Estamos a exigir que os órgãos de justiça continuem a aprofundar a investigação. E sabemos que dos 17 casos de cidadãs que foram assassinadas nesta província, 12 foram esclarecidos e cinco estão por esclarecer", disse aos jornalistas o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, que liderou uma delegação de parlamentares do seu partido que estiveram segunda-feira, 17, na província do Kwanza Norte, para obter informações sobre a situação.
Segundo Liberty Chiaka, o Grupo Parlamentar da UNITA não pode ficar indiferente à situação, enquanto todos os crimes não forem esclarecidos.
"Não queremos que a situação de assassinatos continue nesta província do Kwanza Norte, e nós vamos juntar energias e empenho para que procuremos salvaguardar a paz pública e a defesa de interesse das pessoas", acrescentou.
Refira-se que a Polícia Nacional na província do Kwanza Norte afirmou que no dia 16 de Fevereiro tomou conhecimento, por via de uma denuncia pública, da interdição da Estrada Nacional 230 por pessoas não identificadas "que impediam a circulação".
Segundo a polícia, nesta concentração havia mais de 50 pessoas trajadas com indumentárias pretas, que alegadamente protestavam pelas mortes de anciãs nos campos de cultivo.
"Durante a reposição da ordem, os cidadãos envolvidos nesta acção insurgiram-se contra os agentes em serviço, tendo sido recolhidos para a esquadra mais próxima. Depois de devidamente identificados, percebeu-se a presença dos deputados à Assembleia Nacional, tendo os mesmos sido de imediato postos em liberdade", informa a polícia.
A polícia acrescenta que "muitos cidadãos envolvidos nesta acção voltaram novamente às ruas protagonizando ainda mais actos de arruaça e desordem pública, o que obrigou agentes da polícia a procederem a novas detenções para a reposição da ordem".