De acordo com o decreto presidencial, o luto nacional começou às 00 horas de hoje, 22 de Dezembro devido à "elevada relevância histórica e institucional do seu percurso público e do alto contributo prestado ao Estado angolano em funções de particular responsabilidade".
No documento, o Chefe de Estado destaca que a medida visa "prestar a devida, solene, merecida e digna homenagem à sua memória, obra e legado, e ao seu abnegado serviço em prol da nação angolana", manifestando igualmente respeito e solidariedade para com a família enlutada e todos quantos privaram com o antigo dirigente.
Durante o dia de hoje, a bandeira nacional será colocada a meia-haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares de Angola no exterior, ficando igualmente cancelados todos os espectáculos e manifestações públicas no dia da realização do funeral.
Fernando Piedade Dias dos Santos "Nandó" faleceu no dia 19 de Dezembro, na Clínica Girassol, aos 75 anos depois de ter sido encontrado em casa "desacordado" no chăo.
Depois da entrada na clínica foram feitas manobras de reanimação durante 40 minutos, mas sem sucesso, e o óbito foi declarado pouco antes das 13:00.
Foi Comandante-geral da Polícia Nacional entre 1982 e 1985 e desempenhou as funções de vice-Ministro do Interior, tendo acumulado este cargo com o de chefe dos Serviços de Informação (SINFO).
Foi promovido a Ministro do Interior em 1999, cargo que desempenhou até 2002.
Em 2002 foi nomeado primeiro-ministro, cargo que desempenhou até 2010, altura em que entrou em vigor uma nova lei constitucional, que aboliu o cargo, passando a existir o de vice-presidente da República de Angola.
Em 2012, com a vitória do MPLA nas eleições gerais, foi substituído como vice-Presidente por Manuel Domingos Vicente, desempenhando, entre 2012 e 2022, o cargo de presidente da Assembleia Nacional de Angola.
Em comunicado publicado na página da Presidência da República, mas em nome de todo o Executivo angolano, é destacada, "com maior respeito e consideração", a figura de Fernando da Piedade Dias dos Santos como nacionalista
A "dimensão de homem de Estado, tendo servido como ministro do Interior, primeiro-Ministro, vice-Presidente da República, presidente da Assembleia Nacional, entre outros cargos" é também destacada na nota, que apresenta à família, em nome do Executivo da República de Angola "as suas mais profundas condolências".

