Foi há sete anos que Adriana António viu e abraçou os pais pela última vez, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda. Na altura, aos 27, partiu para Lisboa, Portugal, levando na bagagem mais do que roupas e documentos. Carregava consigo o peso da despedida, sonhos adiados, incertezas e esperança de um futuro melhor para ajudar a família que deixou.

Em Angola, ficaram familiares, amigos e um emprego como assistente administrativa, com um salário de 150 mil Kz. Hoje, Adriana é mãe de duas crianças, Alice, de 3 anos, e João, de 7 meses. Os pais, agora avós, não conhecem os netos pessoalmente. Os contactos resumem-se a fotografias e chamadas de vídeo pelo WhatsApp e Messenger.

"Custa-me muito", desabafa. "Há momentos em que, depois de desligar o telefone, fico a chorar", confessa. A jovem, que é a primeira de cinco irmãos, confidencia que a distância se tornou ainda mais dura com a maternidade. "Gostava imenso de ter a ajuda da minha mãe quando dei à luz. Senti-me completamente sozinha", lembra, emocionada.

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