É na qualidade de primeiro-secretário cessante do Comité Provincial do MPLA, agora a lutar pela reeleição, que Luís Nunes promete fazer de Benguela o "maior canteiro de obras" do País, denotando um optimismo que cresce à medida de inquietações relativas a potenciais conflitos de interesses face ao posicionamento da "sua" Omatapalo num mercado à espera de 415 milhões de euros para obras públicas, anunciados pelo Presidente da República, João Lourenço, e com oportunidades de negócios sempre à vista.
A empresa ligada ao igualmente governador de Benguela, na corrida à Refinaria do Lobito, integrada num consórcio, após ter conseguido a gestão do hotel Infotur, segundo fonte oficial citada pelo Expansão, adquiriu participações na pescaria Mormolo Limitada, povoação da Cahota, no seguimento de uma estratégia que tem vindo a animar segmentos empresariais na órbita da falência.
O negócio, segundo um funcionário com 35 anos de casa, ficou em 415 milhões de kwanzas, surgindo a Omatapalo Engenharia & Construção, S.A, com sede no Lubango, como "líder" da estrutura accionista, com dois milhões 805 mil kwanzas do capital, conforme a "alteração total do pacto social" patente numa certidão a que o Novo Jornal teve acesso.
A outra parte do capital social, de dois milhões 695 mil kwanzas, é pertença da Smartfrio, baseada na província de Luanda, que será a parceria numa actividade com primazia para a captura de polvo, um molusco bastante valioso, havendo já, sabe este semanário, financiamento garantido.
Na Administração Geral Tributária (AGT), prevalecem os sócios José Esteves Gonçalves e Conceição Maria Angelina de Campos Valdez, dois dos vários cidadãos que aparecem, na certidão actualizada, como cedentes da quota de cinco milhões e 500 mil kwanzas, 17 anos depois do início da actividade, a 26 de Abril de 2004, registado na Repartição Fiscal de Benguela.
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