Com o arguido foi encontrado, no dia da sua detenção, em Outubro de 2024, uma carteira digital, virtual, controlada por ele, resultante da mineração de criptomoedas, avaliada em mais de 800 milhões de kwanzas.
A mineração de criptomoedas é o nome dado ao processo digital e online utilizado na rede "blockchain" (cadeia de blocos que armazena informações), permitindo validar e lançar no mercado cripto novas unidades de activos digitais já existentes, a exemplo do Bitcoin (BTC) e da Ether (ETH).
As criptomoedas são "dinheiro" digital, diferentes do Kwanza e outras que podem ser trocadas, porque só existem na internet e permitem que o usuário faça transações financeiras sem precisar de um banco.
Entretanto, após ter sido detido, o arguido foi posto em liberdade recentemente pelo Tribunal de Comarca de Luanda (TCL), após pedido de habeas corpus, e está a responder ao julgamento em liberdade.
Conforme a acusação do Ministério Público (MP), o engenheiro informático chinês arrendou dois apartamentos na urbanização Vida Pacífica, um no seu nome, e outro no nome de outra pessoa, para a prática de mineração de criptomoedas.
Conforme a acusação, o arguido passou clandestinamente a praticar essa actividade criminosa e proibia sempre a entrada da proprietária de um dos apartamentos arrendados, que pretendia apenas fazer a vistoria do apartamento.
Desconfiada, a mulher solicitou apoio ao SIC, que desmantelou a actividade criminosa do arguido.
Liang Zan está a ser acusado dos crimes de falsificação de documentos, posse de material de mineração de mineração de criptomoedas, mineração de criptomoedas e outros activos virtuais.