A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, "Unctad" elaborou um documento denominado "Um mundo de Dívidas" no qual é exposto que o Governo de Angola gasta mais de seis vezes em pagamentos de juros que em saúde pública.
Comparando com as médias do rácio no resto da região africana, que é de 1,6, e nos países desenvolvidos, que é de 0,1, o sector de saúde em Angola, com um rácio de 6,1, aparece "dramaticamente afectado pelo endividamento do País", acrescenta o documento agora divulgado.
"Além disso, o visualizador da tendência cronológica mostra que o rácio de 6,1 registado no período de 2020-2022 representa uma subida drástica em relação ao valor do indicador, 1,4, registado em 2014-2016", acrescenta o documento consultado pelo Novo Jornal.
De acordo com o painel, desde o início da década 2010-2012, quando os pagamentos de juros eram inferiores aos recursos alocados à saúde pública, em Angola, o rácio cresceu 5,5 pontos.
Os dados divulgados no painel, permitem avaliar o estado de endividamento actual até 2023 em todo o mundo, além de comparar as dívidas nacionais e observar a cronologia das tendências de endividamento desde 2010.
O Brasil, o único país à frente de Angola nesta lista de países, gasta mais em pagamentos de juros de dívida pública que em serviços de educação e saúde juntos.
Este documento mostra como os países se podem deixar embrenhar numa teia de dívidas que acabam por arriscar ou comprometer o seu desenvolvimento.