"Sendo o Dia de África, seria uma data bastante interessante, mas tudo está dependente da chegada do ADN, que ainda não chegou por parte da África do Sul, que fez a recolha da família e do partido. Infelizmente, até agora, não temos ainda o resultado", disse Adalberto da Costa Júnior.

O dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, salientou, porém, que qualquer data "também será interessante", admitindo que tudo possa ficar definido ainda este mês.

"Até ao final deste mês, pode ser que haja novidades. Até lá, pode ser que ocorram algumas questões", indicou Adalberto da Costa Júnior, sem adiantar pormenores, lembrando que o atraso na chegada dos resultados do ADN deve-se a razões "técnicas" e "não de vontade política nem de intenção da UNITA".

As exéquias fúnebres estiveram inicialmente previstas para 06 deste mês, mas as mesmas razões - os resultados dos testes do ADN pedidos pelo Governo e pela UNITA e realizados por especialistas portugueses, sul-africanos e angolanos ainda estão por conhecer - acabaram por inviabilizar o ato.

A exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi foi realizada a 31 de Janeiro passado a partir de um cemitério no Luena, na província do Moxico, e serão depositados no de Lopitanga, próximo do Andulo, na província do Bié, no centro do país.

O líder "histórico" da UNITA nasceu a 03 de agosto de 1934, no Munhango, a comuna fronteiriça entre as províncias do Bié e Moxico, e viria a ser morto em combate após uma perseguição das Forças Armadas Angolanas a 22 de Fevereiro de 2002, próximo de Lucusse, no Moxico.

No início deste ano, a UNITA declarou 2019 como "ano da consagração da memória" do seu líder histórico.

A exumação dos restos mortais de Savimbi foi acordada em 2018 num encontro entre o atual líder da UNITA, Isaías Samakuva, e o Presidente angolano, João Lourenço.

A medida insere-se no quadro da "reconciliação nacional" promovida por João Lourenço - Governo e UNITA mantiveram uma guerra civil de 27 anos (1975/2002) -, que já permitiu realizar idêntico processo, concluído com uma homenagem nacional a um alto militar do exército do "Galo Negro", o general Arlindo Chenda Pena "Ben Ben", em Setembro de 2018.

"Ben Ben" foi comandante do antigo exército da UNITA, as Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), e, após a breve reconciliação concretizada em 1998, foi designado ex-chefe adjunto do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA). No entanto, nesse mesmo ano, viria a morrer devido a doença.

Os restos mortais de "Ben Ben" estavam sepultados num cemitério em Zandfontein, próximo de Pretória, na África do Sul.