Nessa ocasião, o presidente da UNITA explicou que se tratava de uma manifestação contra a usurpação do poder pelo MPLA em eleições ilegais, onde repetia de forma persistente que a UNITA tinha obtido resultados superiores aos reconhecidos.

A marcha foi igualmente apontada como sendo organizada pela Frente Patriótica UNIDA (FPU), que agrega a UNITA, o Bloco Democrático e o PRA-JA Servir Angola (projecto político), mas que nenhum dos três lideres, Costa Júnior, Filomeno Vieira Lopes e Abel Chivukuvuko não estiveram no arranque da manifestação."

Entre os cartazes que encimam a manifestação, onde estão, embora sem números oficiais, provavelmente dezenas de milhares de pessoas, diz-se "não ao partido Estado", ainda "respeito ao voto so soberano" ou ainda "24 de Setembro, o Dia da Liberdade", ao mesmo tempo que a faixa principal da frente da marcha diz que os presentes condenam as prisões arbitrárias e as sucessivas violações de direitos.

Esta manifestação está a decorrer no dia em que a PN e o SIC divulgaram a detenção de 12 indivíduos por incitamento à rebelião, como pode ler aqui, e depois de na sexta-feira, Costa Júnior, recorrendo a uma metáfora, comparou o MPLA a um embondeiro seco que é preciso retirar da terá pelo perigo que representa, como pode também ler aqui.

Ao longo da caminhada, o "speaker" de serviço, ia dizendo as frases-chave desta iniciativa, entre elas a afirmação desta "marcha pela paz" e pelo "Estado de Direito", contra os "abusos do regime" ou ainda "por uma Angola democrática" ao serviço do "povo angolano".

Muitas bandeiras brancas entre a multidão - algumas da UNITA também - e a cor branca a dominar entre os milhares de percorreram a distância entre o Largo da Sant"Ana e o Largo das Escolas, simbolizando a paz enquanto um dos objectivos desta caminhada.