Ao NJOnline, o vice-presidente da UNITA, Raul Danda, referiu que o parlamento precisa de conseguir consensos para questões sensíveis contidas no pacote Legislativo Autárquico.

"A UNITA vai continuar a defender, durante os debates na especialidade do pacote Legislativo Autárquico, que as eleições devem acontecer em todos os municípios do País ao mesmo tempo, de acordo com a Constituição", frisou, criticando o gradualismo geográfico defendido pelo MPLA.

Recorde-se que a UNITA admite o gradualismo, mas no que diz respeito às atribuições de cada município, reconhecendo que não têm todos o mesmo nível de capacidades de administração.

Para o membro do colégio presidencial da CASA-CE, Manuel Fernandes, durante a discussão do pacote Legislativo, o MPLA tem que perceber que estão a ser aprovadas leis para todo o cidadão angolano e não só de um partido.

"Queremos unanimidade na aprovação do pacote autárquico. Se isso acontecer, sai a ganhar o povo angolano. A imposição que regularmente acontece no seio da bancada parlamentar do MPLA quando se aprova, leis, não deve ocorrer, porque, pela primeira vez, os angolanos vão fazer esse exercício democrático autárquico", referiu.

O líder do PRS, Benedito Daniel, disse que à semelhança de o Governo do MPLA ter lançado o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), também pode acontecer com a realização das eleições autárquicas em todo o País.

"Nas eleições autárquicas queremos que elas tenham lugar em todo o território nacional. De modo semelhante ao com que foi lançado o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios, também pode acontecer com autarquias em todos os municípios", comparou.

O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, está de acordo com a posição dos seus colegas da oposição, sublinhando que o debate do Pacote Legislativo é de "extrema importância" para o futuro do País.

"Os consensos ajudam a fortalecer a democracia. Esperamos que a bancada parlamentar do MPLA dê atenção aos pontos de vista da oposição", disse Ngonda, que também defende arealização de eleições em todos os municípios.

Recorde-se que a proposta de Lei Orgânica sobre as eleições Autárquicas, de iniciativa do Executivo, resulta da necessidade de se definir o regime jurídico das eleições dos órgãos das autarquias, uma vez que a Lei nº 36/11, de 21 de Dezembro, Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, não é aplicável às eleições locais.