Para a fase de produção de prova, o tribunal pode solicitar a audição do então padrão da Sonangol, via online, uma vez que este não está a residir em Angola, ou então prescindir dela, uma vez que já tem nos autos as declarações de Manuel Vicente, feitas na fase de instrução contraditória do processo.
Ao Novo Jornal, o advogado Benja Satula, que representa as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, diz ter solicitado nos autos a audição do então patrão da Sonangol, Manuel Vicente, mas reconheceu que o tribunal pode aceitar ou não o pedido, atendendo ao facto desta entidade já o ter feito na fase de instrução.
O julgamento é retomado na próxima segunda-feira, 31, com o tribunal a responder às várias solicitações dos advogados, feitas em sede das questões prévias, mas o Novo Jornal sabe que o julgamento pode entrar na fase de produção de provas já na próxima semana.
Conforme a acusação, Manuel Hélder Vieira Dias Júnior e Leopoldino Fragoso do Nascimento, assim como Manuel Vicente, ter-se-ão apropriado, só na urbanização Vida Pacifica, de 22 edifícios do Estado, mas venderam estes edifícios ao Estado, que financiou a construção desta urbanização.
A acusação diz que as empresas China international Found (CIF) Plansmart International Limited e Utter Right International Limited nunca financiaram nenhum projecto em Angola e que dissimuladamente o dinheiro que supostamente era do investimento pertencia ao Estado angolano, que pagava a essas empresas via Sonangol, através de falsos empréstimos.
Entretanto, para além de "Kopelipa" ser o arguido principal, o nome que mais aparece citado no processo e nas várias fases de pagamento através da Sonangol e das empresas chinesas é a do então PCA da Sonangol, por meio da Sonangol Imobiliária, Manuel Vicente.
A acusação conta que Manuel Vicente pagou vários milhões USD às várias construturas chinesas, mas essas empresas apareciam como sendo as financiadoras do projectos habitacionais em Angola.
O MP assegura que Manuel Vicente e "Kopelipa" terão repartido o projecto Zango 0 em dois projectos, um do Estado e outro privado, mas apenas o Estado é que financiou os dois projecto.
Durante a leitura da acusação, feita no dia 10 deste mês, o MP assegurou que os arguidos se apropriaram, através das empresas chinesas, de vários milhões de dólares do Estado, mediante financiamento da Sonangol.
Quanto ao general Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino", a acusação diz que foi o então vice-Presidente da República Manuel Vicente quem o contactou para entrar no esquema financeiro.
Conforme a acusação, "Kopelipa", Manuel Vicente e "Dino" aproveitaram-se das suas posições no aparelho do Estado e enganaram o então Presidente da República José Eduardo dos Santos com falsos investidores e financiamentos.