Na próxima sessão, o TS dará início à fase das alegações deste mediático julgamento que o Novo Jornal acompanha há seis meses no Supremo.

As razões que levam o tribunal a já não querer ouvir o antigo director da Delta Imobiliária, empresa que, segundo a acusação, participou num esquema "de contrato de reembolso" que terá permitido um desfalque de vários milhões de dólares ao Estado, por via da Sonangol, liderada à data dos factos por Manuel Vicente, não foram revelados pelo tribunal.

No passado mês de Julho, o tribunal solicitou ao Ministério Publico as declarações deste antigo gestor de Manuel Vicente, para que as lesse em sede de audiência, mas os advogados de defesa dos arguidos recusaram, justificando que por imperativo legal, o tribunal não pode validar os depoimentos de Paulo Cascão, prestadas ao MP de Portugal, a pedido de Angola, porque o gestor depôs enquanto arguido, condição de que o MP angolano o despronunciou, isentando-o dos crimes de que vinha acusado.

O julgamento deveria retomar no dia 2 deste mês, mas o tribunal adiou a sessão para 22. Porém, esta terça-feira, o tribunal assegurou que foi remarcada para 6 de Outubro, a pedido da defesa dos arguidos.

O Novo Jornal sabe que o julgamento entra na fase final em Outubro, com a "batalha" entre o Ministério Público e os advogados dos arguidos, que vão esgrimir, com base na lei, os factos produzidos que podem levar à condenação ou à absolvição dos arguidos.

Neste julgamento são arguidos Manuel Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa", Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino", Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, e as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, acusados da prática dos crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder.