Estes jornalistas terão sido contactados pelo arguido Amor Carlos Tomé, da Televisão Pública de Angola (TPA), arguido no processo, que a acusação diz ser membro assalariado da organização criminosa, para a difusão de notícias falsas e de propaganda.

Os jornalistas são na sua maioria de sites de notícias, mas também de jornais impressos e da rádio, todos órgãos de comunicação privados.

Segundo a acusação, o arguido Amor Carlos Tomé terá recrutado estes jornalistas para difundirem em massa, nos jornais impressos e nos digitais, assim como em rádios privadas, páginas do Facebook, ou grupos de WhatsApp, falsas informações, que, segundo a acusação, serviriam para a criar no País um sentimento generalizado de insegurança e repulsa pela actual governação.

Amor Carlos Tomé, da TPA, é o único jornalista na condição de arguido no processo, e, segundo fontes de Novo Jornal, alguns directores e editores-chefes de vários órgãos de comunicação social privados foram ouvidos na fase de instrução preparatória deste processo, após terem sido, igualmente, contactados pelos cidadãos russos, por intermédio do jornalista Carlos Tomé.

Conforme a acusação, foi o então jornalista da TPA que terá fornecido contactos de figuras do MPLA, contra a actual liderança, promovendo reuniões com os arguidos russos.

Entre estas figuras são citados também os nomes de Higino Carneiro, António Venâncio, e de Julião Mateus Paulo "Dino Matrosse", antigo secretário-geral do partido.

Segundo a acusação, os arguidos russos também pretendia financiar a UNITA nas eleições de 2027.

"Num dos encontros realizados foi alegadamente discutida a parceria para as eleições de 2027, tendo sido apresentadas depois "propostas já discutidas com o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior," para assistência financeira, segurança, formação de quadros do partido no exterior e auxílio na obtenção de informações", diz a acusação.