Apesar dessa resistência, que se manifesta de várias formas mas sempre com o sentido de perturbar a acção das polícias neste âmbito, já foram, em 11 meses, detidos mais de mil indivíduos, embora entre estes nenhum peso pesado, como Francisco Furtado disse estarem.

Essa resistência é feita pelos grupos de contrabandistas essencialmente mas também nalguns círculos da sociedade civil, que recorrem a manifestações para dificultar a actuação das autoridades na luta contra o contrabando.

Segundo o ministro de Estado Chefe da Casa Militar do PR, no período de Setembro de 2024 ao primeiro semestre de 2025, foram realizadas distintas operações destinadas a combater o contrabando de combustíveis que resultaram na detenção de mais de 1.000 cidadãos contrabandistas, entre nacionais e estrangeiros, em situação migratória irregular.

Conforma a comissão que, nos últimos 11 meses, foram também apreendidos em todo o país, mais de 5,5 milhões de litros de combustíveis diversos.

Foram também apreendidas 22.879 pedras de diamante, 15 barras e 391 gramas de ouro, três mil toneladas de quartzo, três pedras de rubi, 350 dentes de marfim e cinco garrafas de urânio.

Estes dados foram prestados esta semana na cidade do Soyo, província do Zaire, polo próprio ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, no termo da reunião de balanço da comissão interministerial para o combate ao contrabando de combustíveis, imigração pesca ilegais e tráfico ilícito de minerais estratégicos.

Francisco Furtado frisou ainda que a comissão procedeu também à revisão do modelo de licenciamento para transporte e exploração de derivados de petróleo, introduzindo novos mecanismos de controlo.

Conforme este responsável, neste segundo semestre, as acções serão reforçadas em zonas de exploração ilegal de minerais estratégicos, incluindo regiões do centro e sul do país e ilhas do município do Soyo.

Entretanto, apesar dos resultados apresentados e o número de contrabandistas detidos, a comissão não avançou os nomes que a sociedade há muito espera ouvir, de oficiais generais e comissários envolvidos no contrabando que o Ministro de Estado e coordenador da comissão disse existirem por detrás deste negócio e que serão responsabilizados.

Segundo a fonte do Novo Jornal, as investigações continuam e a PGR só irá torná-las públicas após a sua conclusão.

A fonte assegura que a PGR se baseia em provas, e não suspeições, mas que o processo segue o seu rumo investigativo.

Questionado no mês de Abril último, se há já algum general ou oficial comissário da Polícia Nacional constituído arguido pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DINIAP), a fonte garantiu não haver, mas não descartou a possibilidade de isto vir acontecer.

No entanto, Francisco Furtado afirmou que os resultados alcançados até agora são fruto da implementação rigorosa das orientações superiores, traduzidas na acção coordenada dos diversos órgãos ministeriais com intervenção nas províncias fronteiriças.