A promessa foi feita pelo governador de Luanda, Luís Nunes, durante uma visita de trabalho que realizou ao município da Samba, onde constatou, igualmente, a realidade social dos moradores do bairro do Povoado.
Luís Nunes anunciou a transferência destas famílias para um espaço condigno, no município de Belas, ainda este ano.
Segundo o governador, o GPL tem já um espaço condigno para realojar estas famílias e garantiu que o realojamento será para breve.
"O espaço está identificado e já trabalhamos nele. Vamos realojar todas essas famílias lá. Estamos a ver também a questão da energia e água. Não estou a dizer que vamos fazer ligações domiciliárias, mas vamos por condições mínimas. O realojamento será ainda este ano", afirmou o governante.
Entretanto, o Novo Jornal soube junto dos moradores, que essa não é a primeira vez que o GPL promete realojamento das famílias do Povoado.
Em 2016, contam, a população residente recebeu a visita do então governador de Luanda Higino Carneiro, que foi o primeiro dirigente a responder a uma carta feita pela comunidade e deslocou-se ao bairro e não gostou do que viu.
Na altura, contam, prometeu tirá-los de forma faseada e que de facto tirou as primeiras 50 famílias para a zona do Zango e do Panguila.
Daí, prosseguem, o processo ficou a cargo da administração da Samba, que diz não ser da sua competência essa questão.
O Novo Jornal, que visitou o bairro em 2020, e também recentemente, constatou que o dia-dia das famílias é de muitos sacrifícios e pouco ou nada mudou em todos estes anos.
Enquanto esperam por realojamento, as mais de 500 famílias vivem em condições de miséria absoluta, sem saneamento básico, sem acesso à rede pública de energia eléctrica e sem fornecimento de água potável.
Lixo, cheiro nauseabundo e uma vala que também serve de casa de banho comum, são o dia-a-dia daquela população que vive às portas da cidade de Luanda há mais há 12 anos.