Os alunos sustentam que apenas pretendiam, com essa iniciativa, exigir da administração de Viana explicações sobre a falta de carteiras na escola onde estudam.

"Nós acordamos às 5:00 para chegar cedo à escola e conseguir um assento. Estamos cansados de nos sentarmos no chão", denunciaram os pequenos.

Segundo as crianças, três alunos sentam-se numa das pouquíssimas carteiras existentes.

Os pequenos afirmam que a direcção da escola foi quem os mobilizou para realizarem a manifestação desta quinta-feira, mas a direcção demarca-se e acusa um dos seus professores de ser o mentor da manifestação.

A Polícia Nacional, através do seu porta-voz, superintendente Nestor Goubel, assegura que os alunos praticaram actos de vandalismo antes de saírem da escola onde "destruíram cerca de 50 carteiras", facto que os pequenos negam, acusando a direcção e a PN de agirem de má-fé.

Nestor Goubel assegura que o professor foi ontem detido pela polícia por arregimentar as crianças para se manifestarem contra a instituição do Estado.

Entretanto os alunos disseram ao Novo Jornal que o professor apenas teve a vontade de os ajudar a exigir os seus direitos e que é falsa a ideia que os terá agitado para protestarem.

Ao Novo Jornal, Francisco Teixeira, do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), disse que não houve razões para a PN agredir as crianças que apenas exigiam carteiras para se sentar.

" A polícia acha que a vida daquelas crianças não tem nenhuma importância. Acham que os alunos não deviam reclamar as carteiras e devem continuar a sentar-se no chão?", lamentou o responsável do MEA.

"Chegámos ao fundo do poço", afirmou.