Uma fonte da empresa garantiu que não se trata de exploração mas sim de uma nova dinâmica de trabalho que a "T"Leva" impulsionou tendo em conta a baixa produtividade que se verifica.
Os funcionários não concordam e, por isso, na passada sexta-feira,04, decidiram cruzar os braços e reivindicar junto da direcção, em Viana, para que os novos patrões recuem na decisão tomada uma vez que há escassez de clientes em muitas zonas e horários e pelo facto de o serviço ser mais caro que os demais, em média, porque o cliente paga desde o momento da chamada.
A informação foi avançada esta manhã, sob anonimato, ao Novo Jornal, por alguns funcionários da empresa, que garantiram haver más políticas da nova direcção que está há um mês na gestão.
Segundo estes funcionários, a anterior direcção exigia que os motoristas fizessem 400 mil kwanzas e pagava 50 mil kz mês de salário base, com direito a um subsídio diário de 1.000 kz, mais 20.000 de bónus, o que totalizava 100.000 kz como salário.
A actual direcção trouxe uma nova política que os obriga a apresentar na empresa, a partir desde mês, 500 mil kz por cada viatura, e substituiu todos os subsídios por um prémio de 10% sobre esse valor, medida com a qual os trabalhadores não concordam, apesar de, se este objectivo for cumprido, ficarem a ganhar o mesmo que antes.
"No dia 4 paralisamos as actividades para exigir da nova direcção explicações destas alterações na tarifa mensal e a empresa aceitou, fundamentando que se trata de uma nova política por serem nova gestão", contaram.
Os funcionários explicaram que a nova direcção lhes assegurou que vão passar a ganhar, para além do salário, um bónus de 10 por cento de produção que fizerem mensalmente, informação que gerou desconfiança pelo facto de não ficar nada escrito no encontro.
"A partir deste mês temos de apresentar 500 mil kwanzas à empresa. É pegar ou largar, senão pode ir embora" ouviram da administração.
Os funcionários contam que essa cifra será difícil de alcançar visto que as viaturas têm limitações por serem eléctricas.
"Só trabalhamos por não termos alternativas. Não é justo trabalhar assim, visto que ficamos muito tempo à espera que as baterias das viaturas carreguem. Por vezes ficamos o dia inteiro sem clientes e outras vezes só levamos o passageiro e regressamos vazios. Mas a empresa não percebe isso" expuseram.
Ao Novo Jornal, os visados queixaram-se também de não estarem a fazer descontos para a segurança social, uma situação que os preocupa.
Sobre este protesto laboral, o Novo Jornal tentou ouvir a direcção da empresa mas sem sucesso.
No entanto, uma fonte da direcção, que preferiu não ser identificada, por falta de autorização, contou que não se trata de exploração, mas sim de uma nova dinâmica de trabalho que a empresa "T"Leva" está a implementar de forma a fortalecê-la.
"Agora só serão aceites corridas no aplicativo da empresa porque muitos dos motoristas davam-se ao luxo de escolher corridas em função do preço. Quando se tratava de valores baixos ignoravam as chamadas e isso connosco acabou, visto que gerava baixa produtividade", disse a fonte.
A "T"Leva" foi fundada em 2019, por Erickson M"Venzi e Wilson Ganga e é tida como a maior empresa de transporte de carros eléctricos do País. Actualmente a empresa conta com mais de 2.000 viaturas.