A Operação Catalisador, que durou três meses e juntou autoridades de Angola, Camarões, Quénia, Namíbia, Nigéria e Sudão do Sul, foi conduzida entre Julho e Setembro de 2025, com o objectivo de desmantelar as redes financeiras que financiam actividades terroristas.

Nesta operação da Interpol e da Afripol foram detidos, em Angola, 25 suspeitos naturais de vários países numa operação contra sistemas ilegais de transferência de dinheiro ligados ao terrorismo e ao branqueamento de capitais. As autoridades apreenderam aproximadamente 588 mil dólares, 100 telefones e 40 computadores, e congelaram 60 contas bancárias.

No Quénia, os investigadores descobriram uma alegada rede de branqueamento de capitais no valor de cerca de 430 mil dólares, gerida através de um fornecedor de serviços de activos virtuais. Dois suspeitos foram detidos até ao momento. Noutro caso, duas pessoas foram detidas por recrutar jovens do Leste e Norte de África para grupos terroristas utilizando fundos rastreados através de uma plataforma de criptomoedas na Tanzânia.

Na Nigéria, 11 suspeitos de terrorismo, incluindo membros seniores de vários grupos, foram detidos.

Segundo a Interpol, foi descoberta uma quantia de cerca de 260 milhões de dólares americanos em dinheiro e criptomoedas, que as autoridades acreditam estarem ligadas a crimes relacionados com o terrorismo.

A Interpol afirma que a Operação Catalisador revelou como o financiamento do terrorismo está cada vez mais ligado a outros crimes, como burlas online, esquemas Ponzi e branqueamento de capitais.

A operação expôs igualmente "um enorme esquema Ponzi" baseado em criptomoedas que se fazia passar por uma plataforma de negociação online. O golpe estendeu-se a 17 países, incluindo Camarões, Quénia e Nigéria, defraudando mais de 10o mil pessoas em todo o mundo. As perdas estão estimadas em 562 milhões de dólares, sendo que alguns fundos alegadamente financiam actividades terroristas.

A Interpol emitiu também um Alerta Vermelho para um suspeito acusado de executar um esquema com criptomoedas no valor de 5 milhões de dólares. Os investigadores afirmam que o suspeito movimentou fundos através de várias carteiras digitais e plataformas de câmbio para ocultar o rasto antes de converter o dinheiro em numerário.

A operação foi realizada no âmbito do programa ISPA, financiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, que apoia o trabalho da Afripol no combate ao crime organizado, ao terrorismo e aos crimes financeiros.

Os parceiros do sector privado Binance, Moody"s e Uppsala Security forneceram informações e dados cibernéticos para auxiliar a operação.