Para além de indicar que 75% das crianças angolanas até cinco anos não têm registo de nascimento, o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde apresenta outros dados que podem ajudar a perceber estes número, nomeadamente sobre as estruturas familiares.
Os resultados do estudo mostram, por exemplo, que 22% das mulheres de 15 a 49 anos encontram-se em uniões poligâmicas.
Por outro lado, 30% das mulheres casam ou vivem em união de facto antes dos 18 anos e 47% antes dos 20, sendo que 55% das angolanos e 48% dos angolanos são casados ou vivem em união de facto.
Entre os menores de 30 anos, a taxa de mulheres casadas é maior do que a de homens casados e o inverso verifica-se nas idades a partir dos trinta anos.
O inquérito foi elaborado com base em entrevistas a 14.379 mulheres dos 15 a 49 anos, em todos os agregados familiares seleccionados, e entrevistas a 5.684 homens dos 15 aos 54 anos, em 50% dos agregados - o que corresponde a uma taxa de 96% para mulheres e 94% para homens.
A amostra do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde 2015-2016 foi seleccionada a partir da base dos resultados e da cartografia do Recenseamento Geral da População, realizado pelo Instituto Nacional de Estatísticas em 2014 e tem uma representatividade nacional, provincial, urbana e rural.
O inquérito foi realizado entre Outubro de 2015 e Março de 2016, com o objectivo de fornecer informações actualizadas relativamente à situação da população maior e menor bem como medir o estado actual de alguns indicadores chave, como os aspectos demográficos, saúde materno-infantil, planeamento familiar, malária, anemia e VIH-sida.
Os resultados do estudo servem de informações de base para avaliação de indicadores do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017), reforma do sector da Saúde e monitorização do Plano de Desenvolvimento Sanitário (PNDS 2012-2025) e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.