A ADRA quer que o Executivo olhe para a situação da estiagem no sul e centro de Angola com muita preocupação, visto que há muitas famílias a padecerem de fome.
"Há famílias que estão sem recursos e usaram as sementes para se poderem alimentar. O que é grave para as pessoas que vivem da agricultura", disse esta sexta-feira, 15, no Cazenga, a directora da unidade de comunicação e advocacia social da ADRA, Cecília Quitombe, durante uma mesa redonda sobre pobreza, fome e emprego, promovida pela ADRA.
Segundo a responsável pela comunicação da ADRA, o cenário é o de uma crise social muito grande em termos de acesso à alimentação.
Conforme a directora de comunicação e advocacia social, o programa de combate à pobreza não consegue absorver um número suficiente de famílias para dar resposta à demanda, o que caracteriza "uma situação de extrema pobreza".
"A situação da seca hoje não afecta apenas o sul, já está afectar também o centro. Municípios como Longonjo, Caála, na província do Huambo, e Caluquembe, na província da Huíla, já apresentam essa dificuldade de estiagem", disse.
Segundo Cecília Quitombe, o município de Caluquembe, conhecido como município agricultor, hoje vive a escassez de sementes de milho, feijão e massambala.
No passado, prossegue a directora, a região de Caluquembe é que alimentava outros centros do País em questões de cereais.
Questionado pelo Novo Jornal se tais preocupações já foram levadas ao Executivo, a directora da unidade de comunicação e advocacia social da ADRA respondeu afirmativamente.
A Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente atestou que, sobretudo na região sul, muitas crianças estão a abandonar a escola devido à fome extrema.
Durante a mesa redonda, a ADRA concluiu que Angola "vive numa situação de calamidade de fome".
A organização, que existe há 31 anos, apoia mais de 130 mil famílias em oito províncias do País.