Os crimes foram cometidos porque os familiares e vizinhos destes idosos acreditavam que eles eram feiticeiros e, por isso, responsáveis pela morte de outras pessoas, numa demonstração de crencismo e subdesenvolvimento trágicos.

Nesta semana, a Direcção de Investigação e Ilícitos Penais (DIIP) deteve 25 indivíduos e na semana passada foram detidos oito, com idades dos 17 e os 74 anos, sendo todos suspeitos de envolvimento nestas mortes, incluindo três filhos das vítimas.

O porta-voz nacional do DIIP, Quintino Ferreira, em declarações ao Novo Jornal, nesta quarta-feira, 11, disse que "nos últimos tempos tem sido recorrente os populares agirem desta forma, no município do Andulo", acrescentando que todos estes casos foram registados em aldeias diferentes.

A primeira ocorrência aconteceu no mês de Junho, na aldeia do Sulambanda, quando um individuo enterrou a mãe 73 anos viva no mesmo túmulo onde se encontrava o cadáver do seu filho, alegando que ela foi a causadora da morte do neto.

O homem acusava a mãe pela morte de seu filho, e, durante a cerimónia fúnebre, pediu ajuda de três conhecidos e colocaram a anciã na cova por cima da urna do neto e depois taparam o buraco, acabando com a vida mulher de forma brutal.

Dois outros casos ocorreram em Agosto nas aldeias de Sambundi-Chivalo, onde uma das vítimas foi surpreendida pela população em sua residência, agrediram-na e com as próprias mãos arrastaram o homem até ao cemitério.

De seguida, atiraram o homem vivo num buraco e por cima colocaram o caixão da pessoa que diziam ter sido morta, por meios esotéricos, por ele.

E o último caso sucedeu na semana passada, onde foi vítima um soba, num episódio em tudo semelhante aos outros.

Os detidos serão encaminhados para o juiz de garantia, estando acusados de homicídio qualificado, entre outros crimes.