Carlos de São Vicente foi constituído arguido no passado dia 15, quando foi ouvido pela primeira vez pela PGR, após ter sido conhecido o congelamento de uma das suas contas com 900 milhões de dólares na Suíça, por suspeita do Ministério Público helvético de se tratar de dinheiro proveniente de actividade criminosa.
Em Angola, o genro do antigo Presidente Agostinho Neto está acusado, entre outros crimes, de peculato e branqueamento de capitais.
No momento em que subia para a viatura celular, segundo o Novo Jornal conseguiu presenciar, o empresária viu retirarem-lhe o cinto e o casaco, tendo pedido para não ser humilhado.
"Não me humilhem desta forma!", dizia São Vicente para os guardas que o conduziam à viatura.
Carlos de São Vicente subiu para a viatura celular cerca das 16:45, em direcção ao estabelecimentro prisional de Viana para cumprir a medida de coacção de prisão preventiva, depois de ter dado entrada na PGR, para segunda audição, pelos procuradores da Direcção Nacional de Accão Penal (DNIAP), cerca das 09:00 de hoje, como o Novo Jornal constatou no local.
Na primeira audição na condição de arguído, o presidente da AAA Activos saiu sem quaisquer medidas de coacção, tendo isso gerado fortes críticas devido ao risco de destruição de provas num processo de grande complexidade como é este.
O empresário, no entanto viu serem-lhe apreendidos um conjunto alargado de bens, entre estes os edifícios das AAA, excepto os que se encontram sog gestão do Ministério da Justiça, as redes de hotéis IU e IKA, e ainda 49% da participação social da AAA Activos no Standard Bank Angola.
A sua mulher, Irene Neto, viu igualmente as suas contas congeladas em Angola, no âmbito do mesmo processo.
O carro celular do DNIAP que iria conduzir São Vicente à cadeia chegou ao local perto das 16:10, bem como vários elementos da Polícia Nacional para garantir o perímetro de segurança entre a viatura dos serviços prisionais e os jornalistas e outros presentes.