A meio deste mês, o juiz presidente deste julgamento, Andrade da Silva, recebeu do tribunal superior as respostas ao requerimento introduzido pelo defensor de um dos arguidos, que apresentou um recurso.

Assim sendo, o tribunal reagendou uma nova data para o recomeço deste julgamento, que teve início no passado dia 28 de Junho, no Centro de Convenções de Talatona, e que três dias depois foi suspenso.

Esta sexta-feira, 29, o julgamento é retomado com a leitura da acusação e contestação, segundo apurou o Novo Jornal junto de uma fonte do Tribunal de Comarca de Luanda.

Os arguidos são acusados dos crimes de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagens, participação económica em negócios e abuso de poder e também de fraude no transporte ou transferência de moeda para o exterior do País, comércio ilegal de moeda, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e falsa identidade.

Durante as discussões das questões prévias, vários foram os advogados dos arguidos que indicaram nomes de ex-ministros e vários dirigentes do aparelho do Estado para serem também arrolados como declarantes no processo.

Os nomes de Pedro Sebastião, ex- ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, da presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa, de Archer Mangueira, antigo ministro das Finanças, actual governador do Namibe, e de Vera Daves, actual ministra das Finanças, foram os mais citados.

Os defensores dos arguidos entendem que os antigos e actuais altos funcionários do Estado arrolados, apesar de não estarem ligados ao processo, estão em condições de esclarecer determinadas situações.

O julgamento do "caso Lussaty" decorre no Centro de Convenções de Talatona, sob fortes medidas de segurança, por falta de espaço no tribunal, dona Ana Joaquina, face ao número de arguidos e de declarantes.