O maior número de reprovações, segundo as fontes do MED, ocorreram nas escolas técnicas de saúde, onde poucos foram os concorrentes que atingiram a nota 10.

Há instituições de ensino que estão a preferir não afixar as listas dos concorrentes reprovados, em detrimento dos aprovados, para evitar atrasos no processo de consulta e outras preferem afixar para mostrar a transparência do exame.

Fontes do MED, ligadas ao processo, asseguraram ao Novo Jornal que, em algumas escolas, as listas começaram a ser publicadas na sexta-feira, dia 16, enquanto as demais as publicam esta segunda-feira, 19.

Conforme as fontes, 85 por cento dos concorrentes reprovaram nos exames de acesso e a maioria teve dificuldades nas provas de língua portuguesa, matemática, física e química.

"Houve um número elevadíssimo de reprovados. E se for a depender das notas positivas, o que se esperava, quase ninguém será aprovado porque poucos tiveram notas positivas", descreveu o responsável pelos exames, numa das escolas técnicas de Luanda.

Um outro contou que há escolas que irão preencher as vagas existentes com os concorrentes com notas negativas.

Porém, o Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), que "monitorou" o processo de exames de admissão nas escolas de ensino médio, reconheceu que de facto houve um elevadíssimo número de reprovados nos testes.

Segundo o MEA, o problema que os concorrentes apresentaram só veio mostrar que o problema da educação em Angola está no ensino primário e tem de ser revisto com urgência.

Francisco Teixeira, líder do MEA, disse ao Novo Jornal ser triste observar que a maioria dos concorrentes teve notas péssimas e que o nível de conhecimentos é de lamentar.

"Naquilo que observámos, houve muitos zeros. Isso mostra que o nosso sistema de ensino tem de ser revisto", lamentou.

Já no ensino primário, e no primeiro e segundo ciclos do ensino secundário, as matrículas de novos alunos nas escolas públicas para as classes de entrada começaram hoje em todo o País e terminam na próxima sexta-feira.

O Novo Jornal verificou que em muitas escolas o cenário é idêntico ao de todos os anos anteriores. Filas enormes nas portas das escolas para conseguir fazer a matrícula pela primeira vez.