As estimativas, segundo Marina Coelho, representante assistente de Angola no Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), apontam para 163 nascimentos por cada mil meninas dos 15 aos 19 anos de idade.
Em declarações à Rádio Nacional de Angola, Marina Coelho deixou o alerta: "A necessidade não atendida entre adolescentes do sexo feminino é de 43 por cento", ou seja, "aproximadamente 1,3 milhões de meninas entre os 15 e os 19 anos querem utilizar métodos modernos de planeamento familiar e não sabem como fazê-lo".
As declarações da responsável das Nações Unidas surgem num momento em que os casos de gravidez precoce não parecem estar a baixar, antes pelo contrário. Se tivermos em conta os números oficiais do Cunene, por exemplo, verificamos que no ano passado houve um total de 3.131 casos de gravidez envolvendo, na sua maioria, meninas dos 12 aos 17 anos. Também no Uíge os números vêm aumentado, o que tem contribuído para o abandono escolar das meninas.
Uma preocupação que o Governo tem assumido como sua, como reforçou a secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Elsa Barber, no último encontro em Luanda em que foi discutida a implementação do Protocolo de Maputo.
"Torna-se imprescindível que a rapariga e jovem mulher africana concluam os ciclos de ensino e não vivenciem circunstâncias de casamentos e gravidezes precoces que constituem barreiras para efetiva edificação de uma África pacífica, próspera e integral", disse Elsa Barber, reforçando que "ainda há muito a fazer pelos direitos das mulheres em Angola".