A informação foi avançada pelo director da instituição, Paulo Kalesi, no encontro metodológico que o INAC realizou com todos os seus quadros nos dias 30 e 31 de Janeiro, em Luanda.

A direcção da instituição esclarece que a companha não oferece nada às crianças nas ruas, foi criada com a finalidade de orientá-las a procurarem os órgãos competentes para serem atendidas de maneira adequada nos centros de acolhimento existentes.

Paulo Kalesi defende que a ideia de querer ajudar as crianças que se encontram nas ruas do País não está a contribuir para acabar com esta situação, muito pelo contrário, só está a incentivar os menores a pedirem esmola e a morarem na rua.

"A ideia de querer ajudar as crianças na rua não está a contribuir, só está a piorar a situação, porque a criança que hoje recebe bens em vários pontos, amanhã vai trazer mais outras crianças", disse.

"Quando as crianças se aperceberem que nas ruas não têm comida nem dinheiro, vão procurar ajuda no INAC e na acção social e nós vamos colocá-las nos centros de acolhimento, acrescenta o director do instituto", acrescentou.

Quanto aos casos de abuso sexual, segundo o instituto, em 2023 registou-se um total de 1.300 ocorrências em todo o País, com destaque para as províncias de Luanda, Benguela e Huambo, onde houve mais queixas.

A província de Luanda que foi o epicentro das ocorrências, com os municípios de Viana, Kilamba Kiaxi e Cacuaco a liderar a lista dos que registaram casos de abuso sexual, tendo sido na maior parte praticados por familiares, vizinhos, pastores de diversas igrejas e professores.