A mulher afirma estar consciente do que fez e diz que ficou deprimida quando, em 2019, soube que estava infectada pelo esposo, já falecido, e decidiu vingar-se dos homens, transmitindo a doença a mais de 20 pessoas com quem manteve relações sexuais sem preservativo.
No bairro quase todos os vizinhos desconfiavam do seu estado serológico, mas ninguém tinha a coragem de a denunciar.
A mulher foi detida em Março de 2023, depois de dois homens infectados por ela a terem denunciado à Polícia Nacional.
A acusada responde agora pelo crime de contaminação dolosa do vírus do HIV-Sida a mais de 20 pessoas.
O Código Penal angolano prevê pena de 10 a 15 anos de prisão a quem agir com intenção de contaminar com doença sexualmente transmissível, susceptível de pôr em perigo a vida de outrem.
Segundo a mulher que vai hoje a julgamento, mãe de quatro filhos, ela também foi vítima da por parte do seu falecido marido.
Entretanto, após ter sido detida em Março de 2023, na esquadra do "Onjo Yetu", no Bairro Calemba 2, sete pessoas infectados directamente por ela apareceram para também apresentar queixa.
Segundo estes infectados, que exigem justiça, "infelizmente as suas esposas também estão infectadas".