Mais de duas mil crianças menores de cinco anos poderão deixar de morrer de malária no País com a aprovação da vacina RTS, S/AS01 ou Mosquirix. A primeira vacina para a mais mortal das doenças endémicas no mundo foi aprovada no início de Outubro deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após ter mostrado uma eficácia acima de 50%.

De acordo com a OMS, a Mosquirix é fácil de fazer chegar a todo o lado, além de ser eficaz e ter um custo apropriado, garantindo uma redução de, pelo menos, 30% nos casos mais graves de malária.

Angola, segundo aquele organismo das Nações Unidas, é um dos países onde o fardo da doença é maior, devido aos altos números de casos e de morte.

Dados do Ministério da Saúde (MINSA) apontam que os menores de cinco anos representam a franja mais afectada pela malária, seja a nível de casos, como de óbitos. Por exemplo, só em 2020, dos mais de 11 mil mortos causados pela doença, perto de seis mil foram menores de cinco anos, em 2,6 milhões de casos registados. Ou seja, em 2020, mensalmente, quase 500 crianças morreram devido à doença, uma média de quase 16 por dia.

Neste ano, entre Janeiro e Agosto, por exemplo, das nove mil mortes registadas, conforme o coordenador do Programa Nacional de Combate à Malária, em entrevista à rádio LAC, mais de duas mil foram em menores de cinco anos.

Jeremias Agostinho, especialista em Saúde Pública, lamenta que a eficácia da vacina ainda não seja a desejada, mas defende que o Governo deve adquiri-la "faça sol ou chuva". O médico avança que, embora ainda não haja um preço estipulado, Angola deve adiantar-se e começar já a fazer diplomacias para a aquisição.

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