Segundo a MGA, os pescadores, com as suas embarcações, por vezes muito precárias, mesmo sabendo da proibição, insistem em colocar em perigo as plataformas, e, também, a saúde pública.

Conforme a Marinha de Guerra Angolana, desde 2022 foram registadas mais de 40 mil intrusões de barcos de pesca junto às áreas petrolíferas, o que considera gravíssimo.

O comandante da MGA, Valentim António, que se reuniu esta semana com o Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, o Governo Provincial de Luanda, associações de pescadores, moradores da Ilha de Luanda e empresas de segurança privadas, disse que o exercício marítimo de exploração de petróleo custa vários milhares de milhões de dólares ao Estado, e que a MGA não vai permitir que nenhuma plataforma petrolífera seja destruída por negligência dos pescadores que insistem em entrar nestas zonas proibidas.

Segundo o comandante, a MGA vai doravante "tomar medidas duras", avisando que "quem for encontrado junto às plataformas arcará com as consequências".

O número 1 da MGA disse ser grande o número de barcos que invadem os blocos petrolíferos e interrompem as actividades de exploração de petróleo.

Aos moradores da Ilha, a MGA chamou a atenção para as constantes violações do perímetro e por vezes da sua área militar e frisou que vai afastar os meios que frequentemente actuam junto da base naval.

"A Marinha tem um objectivo próprio, que é manter a segurança e a defesa do bem comum a nível nacional", concluiu.

Entretanto, a Associação de Pesca Artesanal, Semi-industrial e Industrial de Luanda (APASIL) considera preocupante o atropelo dos pescadores, mas realça que devido ao trabalho de sensibilização da associação se observa uma redução significativa.

Importa recordar que, em 2023, a empresa petrolífera francesa Total Energies EP Angola se mostrou preocupada com as embarcações de pesca artesanal que navegam junto às plataformas de petróleo.

Segundo a nota da Total Energies EP Angola, o espaço de utilização para a actividade de exploração petrolífera ao longo da costa marítima angolana está devidamente delimitado por legislação, e recorrentemente tem havido conflitos resultantes das invasões dos pescadores artesanais.