A morte de Margarita Holness, no passado sábado, foi hoje divulgada em comunicado pelo Bureau Político (BP) do MPLA, onde considera Holness "uma grande amiga" do povo angolano desde 1963, ano em que se iniciou a ligação desta cidadã inglesa à luta pela independência de Angola.

Margarita Holness morreu no sábado, aos 82 anos, em Londres, onde, nos últimos anos, esteve colocada no gabinete de Comunicação e Cultura da Embaixada de Angola no Reino Unido.

Do seu trabalho como tradutora de português para inglês, destacam-se os discursos de Agostinho Neto e a vasta documentação de acção política produzida pelo MPLA para ser difundida via rádio a partir da capital da Tanzânia, Dar-es-Salam, cidade onde habitava à época e onde permitiu que a sua casa estivesse sempre disponível para os combatentes e militantes dos movimentos independentistas africanos, com destaque para o MPLA e a FRELIMO.

Marga Holness teve, ainda de acordo com o BP do MPLA, um papel importante na colaboração com Maria Eugénia Neto na tradução da poesia de Agostinho Neto, o que permitiu que a "poesia revolucionária" do autor de "Havemos de Voltar" fosse percebida no mundo anglófono, facilitando a passagem da mensagem política dos independentistas angolanos no mundo.