Com esta decisão, a OMS, em colaboração com a GAVI, a Aliança de Vacinas, avança para um patamar onde os países em risco de entrarem no mapa das epidemias daquela que é a mais letal das febras hemorrágicas conhecidas, onde estão com destaque a RDC e a África Ocidental, mas também Angola devido à factores de natureza geográfica, podem aceder a uma ferramenta eficaz e disponível de imediato para atacar eventuais focos.

Esta pré-qualificação, que está a ocorrer em tempo recorde, do medicamento para entrar de forma plena na lista de drogas que se enquadram nos requisitos e exigências da OMS está a ser considerada "histórica" enquanto um dos mais importantes passos para ceder às populações na linha da frente dos "ataques" epidémicos uma arma poderosa para combater um inimigo igualmente poderoso.

O director da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou que se trata de um "passo histórico em direcção à garantia fornecida às populações que mais carecem de um salva-vidas permanente" face ao risco de contrair Ébola, como é o caso do país vizinho de Angola, a RDC, onde já ocorreram 10 epidemias desde que o vírus foi detectado pela primeira vez em humanos, decorria o ano de 1976, também neste país.

"Há cinco anos não tínhamos nem vacina nem terapias para o Ébola, agora, com esta pré-qualificada vacina e terapias experimentais, esta doença é tratável e prevenível", disse ainda o responsável nº1 da OMS no mundo.

A vacina em questão foi baptizada de Ervebo - MSD - e foi desenvolvida pela farmacêutica multinacional norte-americana Merck e a sua prova de fogo foi ter demonstrado eficácia na prevenção face à estirpe Zaire do vírus do Ébola, e foi já autorizada a sua comercialização pela União Europeia.

Para ser aplicada nos países da linha da frente de exposição ao Ébola, todos em África, os reguladores destes países terão de aprovar o medicamento de acordo com as recomendações da OMS, o que este organismo diz que está a ser tratado de forma a conseguir concluir esse procedimento burocrático em tempo igualmente recorde.