A degradação deste parque infantil, que já existe desde o tempo colonial, está a gerar preocupação entre os moradores do bairro porque, nos últimos tempos, aquele é o local preferido como "ponto de encontro" para marginais, o lixo acumula-se e passou a ser também local para lavagem de viaturas.

Confrontada com esta situação, a administradora do distrito Neves Bendinha, Naulila André, explicou ao Novo Jornal online que já foi assinado o contrato com a empresa Consbiente para o arranque dos trabalhos de reabilitação do parque.

Este parque, explicou ainda a administradora, já esteve para ser reabilitado antes, mas a população não deixou que as obras tivessem início porque pensavam que se tratava de dar outro destino aos terrenos onde se encontra.

"Mas agora, a empresa escolhida para a reabilitação do parque só está a reunir as condições para iniciar a obra, porque o contrato já foi assinado", explicou ainda a administradora do bairro Neves Bendinha.

Vedação destruída, baloiço danificados, lixo amontoado, assentos partidos, as folhas de árvores amontoam-se e espalham-se pelo recinto chão... este é o cenário que se verifica naquele que já foi um concorrido parque infantil pela pequena da zona, desde o tempo colonial, e especialmente até 2009, depois da sua requalificação em 2006.

"Muito sinceramente, fico triste quando vejo este parque a se degradar assim, aos poucos, porque faz tempo que foi um dos parques infantis mais concorridos de Luanda", lamentou Osvaldo Pedro, um dos moradores que se lembra dos tempos áureos deste espaço público.

Desde 1992 que o octogenário Francisco Marques reside na rua Machado Saldanha, próximo ao parque, e é com lamento que agora aponta o espaço como um local proporcionador de doenças devido aos amontoados de lixo e de águas paradas no recinto.

"Muitas crianças insistem em brincar naqueles baloiços todos remendados... sem consciência do perigo que aquele lugar oferece. Esta situação é muito complicada porque, muitas vezes, os pais nem imaginam o lugar onde os seus filhos vão brincar", adverte.

Para além do mau estado, Francisco Marques acrescentou ainda que devido ao abandono o lugar transformou-se no quartel-general de muitos malfeitores e autores de furtos de retrovisores, vidros e outros assessórios de viaturas que estacionam próximo ao parque.

Ardino Correia, morador na rua Cidade de Beja, defende, por causa da sua longa história, que os responsáveis pela gestão deste parque deviam cuidar melhor do espaço e da sua segurança porque o mau estado em que se encontra "é a consequência da falta de amor dos cidadãos pelas coisas públicas".

"Para além do parque ter sido construído já há muito tempo, muitos cidadãos não sabem cuidar das coisas públicas porque sabem que não serão responsabilizados pelos danos causados", concluiu Ardino Correia, de 42 anos.

Uma marca recorrente das pessoas que conhecem este parque é que, ao longo dos anos, desde que foi construído, são várias as gerações que cresceram em torno das brincadeiras proporcionadas pelos seus baloiços ou escorregas.

O parque, que tem agora no seu nome, Augusto Ngangula, uma homenagem a um combatente pela liberdade da Pátria, foi construído na época colonial e em 2006 sofreu uma reabilitação por parte do Estado.