Como o NJOnline noticiou, o navio-sonda "Quenguela", recentemente saído do estaleiro sul-coreano onde foi construído pela Daewoo - DSME, está retido desde segunda-feira pelas autoridades marítimas da Malásia por ter atracado nas suas águas territoriais sem permissão.
Face a esta situação, a Sonangol abriu um inquérito "no sentido de apurar a veracidade dos factos", sublinhando que se mantém "expectante por uma comunicação das entidades oficiais ou das autoridades da Malásia".
A Sonangol, como, de resto, o NJOnline sublinhou na sua notícia anterior, lembra que o "Quenguela" é operado pela Sonadrill, uma joint-venture entre a Seadrill e a Sonangol, e que estava em fase de mobilização entre o estaleiro onde foi construído, na Coreia do Sul, pela Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering, e Angola, onde vai operar.
A companhia nacional afirma ainda que o navio-sonda tem toda a documentação de registo e operacional exigida por este tipo de embracação, "possuindo uma tripulação qualificada e de acordo com os padrões internacionais".
A Sonangol compromete-se ainda a fornecer toda a informação que obtiver sobre esta situação em que está envolvido o navio-sonda "Quenguela".
Recorde-se que a Guarda Costeira da Malásia procedeu à detenção do "Quenguela" na segunda-feira quando se encontrava a 9 milhas náuticas da localidade de Tanjung Balau depois de não ter conseguido obter a autorização de entrada no espaço marítimo deste país asiático.
A decisão de retenção do navio angolano, um dos dois com esta especificação de navio-sonda mandados construir pela Sonangol, por mais de mil milhões de dólares, aos sul-coreanos da Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering, resulta da ausência do cumprimento das necessárias autorizações de entrada nas águas territoriais do país.
A tripulação do navio-sonda Quenguela é composta por 43 marinheiros de diversas nacionalidades, com idades entre os 28 e os 57 anos, incluindo o seu capitão, que pode ser condenado a uma pena de dois anos de cadeia se a investigação em curso demonstrar que ocorreu um delito, ou ainda a uma multa que pode chegar aos 100 mil Ringgit, moeda local, o que corresponde a cerca de 24 mil dólares norte-americanos.
Este navio-sonda está integrado numa frota de quatro navios com estas especificações, da Sonadrill, a joint-venture entre a Seadrill e a Sonangol, sendo duas das embarcações da empresa angolana e duas do gigante do sector, a Seadrill, com a finalidade de operar nas águas territoriais angolanas, com capacidade de perfurar a grandes profundidades, incluindo o pré-sal.
As quatro embarcações, incluindo as nacionais Libongos e Quenguela, são operadas, segundo os termos do acordo, que deve durar por cinco anos e foi assinado já este ano, pela Seadrill.
O Libongos, o primeiro a sair dos estaleiros da Daewoo, em Março deste ano, e o Quenguela, que saiu em Maio último, estiveram envolvidos numa profunda polémica devido ao atraso no pagamento pela sua construção que quase levou à falência deste construtor sul-coreano, como o NJOnline noticiou na altura.